Últimas notícias
Rui Rio insiste na falta de visão do Governo, que prefere apresentar um Orçamento do Estado a pensar nas eleições legislativas, em vez de “projetar o futuro” de Portugal. O Presidente do PSD censura o atual o Executivo por não ter “uma estratégia de crescimento económico sustentado, nem podia ter”, porque o PS está amarrado às “divergências ideológicas” impostas pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP.
Rui Rio contestou ainda a intenção do Governo em avançar com mais um imposto sobre as famílias, nomeadamente uma nova taxa da proteção civil. “[O Governo] ainda tem o desplante de vir propor uma nova taxa de proteção civil. É tempo de dizer: 'Basta, basta de impostos!' Quando é que isto pára?”, questionava Rui Rio, assegurando que o PSD irá “obviamente votar contra mais esta taxa, que na prática é um imposto”.
Recorde-se que o Tribunal Constitucional rejeitara a criação de uma taxa municipal de proteção civil em Lisboa, no final de 2017, depois de o executivo de Fernando Medina ter aplicado e cobrado uma taxa municipal de proteção civil, ferindo os princípios da lei fundamental.
Rui Rio, que participava, este domingo, na sessão de encerramento do XXIII Congresso do PSD/Açores, em Vila Franca do Campo, ilha de São Miguel, lembra que “todas as folgas” orçamentais previstas são “para redistribuir, nada é para projetar futuro, é para garantir o presente”, e “garantir o presente em 2019 é procurar garantir uma posição confortável” nas eleições legislativas de outubro.
O líder social-democrata destaca que o “crescimento económico fundamentalmente repousa naquilo que as outras economias nos conseguem dar e naquilo que são as imposições de ordem consumista do BE, do PCP e do próprio PS”. Se o PS procurasse reformas estruturais, nomeadamente para o crescimento económico, “embatia de frente com aquilo que são as diferenças ideológicas de uma aliança que não faz grande sentido” a não ser para o PS ter sido Governo em 2015, prosseguiu Rui Rio.
O Orçamento é, nesse sentido, um “bodo aos pobres e aos ricos, um bodo a todos aqueles que têm um voto para dar” nas europeias e nas legislativas de 2019.
Na intervenção perante os sociais-democratas açorianos, Rui Rio manifestou ainda a disponibilidade do partido para uma efetiva descentralização do país, até porque este pode ser um caminho feito por “um partido só”. “Estamos disponíveis e vamos continuar a estar para juntamente com os outros construir essa descentralização que é fundamental para o futuro de Portugal”, sublinhou, acrescentando que “um passo para a descentralização é sempre um passo para o desenvolvimento”.
Rui Rio elogiou os antigos presidentes de governo regionais, Mota Amaral e Alberto João Jardim, pela sua relevância no contexto autonómico dos Açores e da Madeira, respetivamente. “A autonomia vai-se sempre construindo, mas é evidente que nos primeiros anos é muito mais difícil e muito mais estrutural”, disse.
Sobre as regionais de 2020, Rui Rio afirmou acreditar que, até lá, se implemente uma “dinâmica” com vista a derrubar o PS, com mais de 20 anos seguidos de governação nos Açores. “Acredito que o PSD até lá [2020] possa conseguir uma dinâmica que leve a chegarmos às regionais em condições de voltar a ganhá-las e poder servir diretamente a partir do Governo Regional os interesses dos açorianos”, apontou.
No Congresso Regional, Alexandre Gaudêncio, recém-eleito líder do PSD/Açores, afirmou que pretende transformar o partido em “protagonista da mudança e da confiança”, de forma a construir um “futuro melhor” para os açorianos.