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No frente-a-frente na SIC com o líder do Chega, Luís Montenegro rejeitou de forma categoria qualquer possibilidade de entendimento com aquele partido populista. “Já fui muito claro: é impossível governar com o Chega. Não tem fiabilidade pensamento, comporta-se como um catavento. André Ventura e o Chega têm um pendor destrutivo, virado para falar mal de tudo, está sempre contra tudo e não tem vocação para exercer funções de Governo. E não tem maturidade nem decência”, afirmou.
Para o Presidente do PSD, existem ainda razões acrescidas para excluir o Chega da governação: as suas propostas são irrealistas. Luís Montenegro considera que o impacto financeiro das propostas eleitorais do Chega seria na ordem dos 40 mil milhões de euros. “Seria trágico para os portugueses”, qualificou.
Luís Montenegro refutou ter alguma vez convidado Ventura para o Governo e recordou as incongruências do líder do Chega. “Como é estranho André Ventura queixar-se destes 50 anos de preponderância de dois partidos e esquecer-se que militou no PSD durante 17 anos – são 17 anos que correspondem a 70% da vida adulta do André Ventura. André Ventura inscreveu-se no PSD em 2002 e desvinculou-se em 2019. Nunca teve uma palavra sobre aquilo que defende agora”, assinalou.
Sobre o trabalho que o Governo está a fazer na Saúde, o Primeiro-Ministro apresentou os números que mostram a recuperação do SNS, o investimento em infraestruturas, bem como a contratação de mais médicos de família, embora reconhecendo que subsistem ainda desafios por ultrapassar. “Estamos a recuperar a capacidade do SNS de recrutar recursos humanos e de retenção de capital humano. (…) Claro que não conseguimos recuperar de um dia para o outro de uma situação que era caótica”, referiu.
Luís Montenegro culpou ainda Ventura de distorcer a realidade e de viver de soundbites. “André Ventura não sabe o que diz. Permite-se o direito de dizer tudo e o seu contrário. O senhor convive mal com a verdade e gosta de conviver mal com a verdade. É uma forma de estar”, apontou.
O líder do PSD defendeu as escolhas do Governo em matéria de imigração, segurança, impostos e pensões, acusando o Chega de instrumentalizar a luta de determinadas classes profissionais. E voltou a alertar que o programa eleitoral do Chega representaria um rombo de 40 mil milhões de euros no Orçamento do Estado.
O Primeiro-Ministro e líder da AD – Coligação PSD/CDS falou para os cidadãos que nas últimas eleições legislativas, em 2024, votaram no Chega. “André Ventura tem de dizer ao país porque é que tanto faz ter um deputado como 50 na sua bancada, porque o seu trabalho é sempre o mesmo, a sua opinião é sempre a mesma. A sua utilidade é a mesma quer tenha uma representação de um deputado ou de 50”, declarou.
Luís Montenegro reiterou que os eleitores que votaram no passado no Chega hoje podem encontrar um caminho de esperança votando na AD”. “É votando na AD que vão ver resolvidos muitos daqueles foram os fundamentos para terem votado no Chega há um ano”, sustentou.
No debate, que durou cerca de 40 minutos, Luís Montenegro comentou a cumplicidade política destrutiva entre o Chega e o PS durante o último ano parlamentar e que culminou na realização de eleições legislativas antecipadas. “André Ventura fez o favor de votar iniciativas do PS à procura da instabilidade. Votou com o PS a impossibilidade de se criar a Unidade de Estrangeiros e Fronteiras na PSP para a regulação da imigração. André Ventura fê-lo a troco de nada, fez um favor ao PS”, disse.