Rui Rio: SNS existe para prestar cuidados com “eficácia”, “mas tudo se tem degradado”

16 de maio de 2019
PSD

Rui Rio diz que tudo se tem degradado no Serviço Nacional de Saúde com a atuação do Governo. “As pessoas esperam mais por uma cirurgia, por uma consulta. Chegámos ao cúmulo, como vimos recentemente acontecer no Algarve, de haver um doente que não chega a receber um diagnóstico e um tratamento mínimo, e [esse paciente] morre por incapacidade de resposta do Hospital do Algarve e do IPO”, afirmou.

Reconhecendo que a resolução dos problemas do sistema público de Saúde não é fácil, “tudo tem piorado com a ação deste Governo”. “Os portugueses, principalmente os portugueses que não têm recursos, hoje vivem pior do que viviam em termos de saúde há 3, 4 anos. Isso é absolutamente inequívoco”, disse.

Rui Rio considera que o mais importante é assegurar que o Serviço Nacional de Saúde responda com “eficácia” aos problemas dos utentes e o debate deve estar menos focado em preconceitos ideológicos. “Temos no Parlamento em debate a Lei de Bases da Saúde, que está, por parte do BE e PCP, a ser muito marcado do ponto de vista ideológico. Aquilo que as pessoas querem é serem tratadas, no quadro da Constituição”, declarou.

O Presidente do PSD recebeu, esta quinta-feira, em Lisboa, uma delegação do Conselho Estratégico Nacional da Saúde da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, encontro que serviu para abordar as “prioridades para a Saúde na próxima legislatura”.

Rui Rio: “mais grave que Joe Berardo é quem lhe emprestou dinheiro”

O Presidente do PSD atribui a mesma quota de responsabilidades ao empresário Joe Berardo, a todos os antigos gestores da CGD que pactuaram com negócios que se revelariam ruinosos para o banco público, assim como aos “administradores do BCP”, que numa fase posterior levaram a algo que “colocou o sistema bancário nesta situação”.

Rui Rio recorda que aquilo a que se assistiu em Portugal foi a um “um assalto político” da Caixa por parte de antigos membros do governo de José Sócrates. Neste caso, frisa Rui Rio, deveria imperar o silêncio ou a contenção. “Eu acho que no lugar deles, o que fazia, pelo menos, era estar muito calado relativamente a esta matéria. (…) Muito calado, nem sequer tentava disfarçar, tentava estar calado porque não há dúvidas que, do ponto de vista da responsabilidade política, foi o Governo do engenheiro Sócrates, do qual havia muitos ministros que hoje voltaram a ser ministros e voltam a estar no Governo, que nomeou a administração da Caixa que foi fazer isso”, disse Rui Rio, destacando que “isto é preciso que seja claro na assunção das responsabilidades políticas”.

Para o líder do PSD, o envio para o Ministério Público das declarações de Joe Berardo na comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos constitui “um pequeno formalismo, com pouco significado”, enfatizando antes a culpa do banco público no processo. “Porque o problema do empresário Joe Berardo não é exatamente o que ele disse na comissão de inquérito, é aquilo que ele fez e que já se sabia muito antes da comissão de inquérito, e mais grave que Joe Berardo é quem lhe emprestou o dinheiro”, salientou.

Rui Rio lembra que a questão não passou por um empréstimo de “dinheiro para um negócio que correu mal, em que fizeram uma má avaliação”, mas sim “para um fim nada nobre, bem pelo contrário, que é o banco público Caixa Geral de Depósitos emprestar dinheiro a alguém para, com esse dinheiro, a pessoa ir comprar ações, neste caso do BCP, e fazer um assalto político ao BCP”.