Recomendações do PS no turismo são dececionantes. PSD tem mais de dez propostas

19 de maio de 2017
PSD

O Turismo é para o PSD uma área económica de enorme importância”, reforçou esta sexta-feira em reunião plenária o deputado Paulo Neves, lembrando a aposta feita pelo anterior executivo e cujos “resultados são conhecidos”.

Nós, PSD, estamos ligados às melhores políticas a que o País assistiu neste setor”, afirmou, denunciando a deceção sentida por, só agora, o Partido Socialista (PS) propor a discussão de “três simples recomendações”, uma vez que se trata de “uma área de fundamental importância para Portugal e para os portugueses”.

Pede o PS que o Governo aposte na diversificação da oferta turística a todo território nacional, que aposte no ‘turismo científico’ e no turismo de saúde”, lembrou o social-democrata para justificar o descontentamento do PSD. “É muito pouco”, sustentou, recordando que o executivo anterior promoveu a diversificação da oferta regional: “conseguimos colocar no mapa o Porto e região Norte, o Alentejo e a região Centro”.

Assim, segundo denuncia, as propostas do PS são, na verdade, “aquilo que nós não só propusemos, como criámos: novos destinos de excelência no País”. Neste sentido, e para “não deixar mal este Parlamento”, Paulo Neves apresentou propostas do PSD, argumentando que “os senhores [Partido Socialista] trouxeram três frouxas recomendações. Nós compensamos a vossa falta de ambição com mais de 10 recomendações” (ver caixa abaixo).

 

Aeroporto: Governo toma decisão “tardia

Sobre o aeroporto da Portela, o social-democrata salientou ser “inaceitável que turistas de mercados competitivos e exigentes passem duas horas em fila para os passaportes”. Definiu de “tardia” a decisão do Governo em “avançar com o concurso para mais elementos do SEF”, sobretudo depois de o PSD ter alertado para a necessidade de preparar o aeroporto “para o aumento de turistas previsto com a abertura da linha direta entre Lisboa e a República Popular da China”. Referiu-se, ainda, ao “caos total [criado por problema no abastecimento dos aviões] que se viveu no maior aeroporto do País no passado dia 10”. Disse ter-se tratado de uma situação “inaceitável”, pelo que “o Governo deveria já ter apurado responsabilidades”.

 

“Há uma agenda escondida deste governo para mexer na reforma” do anterior executivo

Luís Leite Ramos, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD, denunciou, no Parlamento, aquilo que poderá ser uma “agenda escondida” no que se refere à transferência de competências das entidades regionais de turismo para as comunidades intermunicipais. “Ainda não ouvimos da senhora secretária de Estado se o Governo vai ao não municipalizar a promoção turística”, disse para depois acrescentar que “temos [PSD] conhecimento de projetos que circulavam dentro do Governo de transferir para as comunidades intermunicipais competências em matéria de turismo e que levantaram, no devido momento, a contestação profunda”. Para o social-democrata, “o silêncio significa que há uma agenda escondida deste governo para mexer na reforma que o anterior governo fez e que, hoje em dia, é uma das razões de sucesso do turismo”.

 

No que diz respeito ao Turismo, o PSD recomenda ao Governo que:


  1. Desde logo crie condições imediatas para por um ponto final às enormes filas de espera no aeroporto da Portela.
  2. Aposte “forte no turismo religioso, em especial no mercado latino-americano e sul coreano
  3. Fomente “a abertura de ligações aéreas diretas com as principais capitais da América Latina, como Bogotá, o hub da cidade do Panamá, Lima, Cidade do México e Buenos Aires”.
  4. Capte “mais investimento estrangeiro nesta área económica: existem muitas cadeias de hotéis, de renome internacional que não estão em Portugal”.
  5. Crie “um centro de excelência internacional de ensino, promovendo a internacionalização das escolas hoteleiras e de turismo”.
  6. Transforme “as nossas escolas em centros de excelência, captando alunos estrangeiros”.
  7. Desenvolva “uma política fiscal competitiva, através de uma política fiscal amiga do investidor, do empresário e do cliente”.
  8. Qualifique “a oferta turística, facilitando o financiamento para o upgrade às unidades hoteleiras já existentes, mas que com o passar dos anos necessitam de reformas”.
  9. Aposte “em nichos de mercado que se podem associar ao turismo residencial”, como o golfe ou o desporto náutico.
  10. Aumente “a duração média da estadia dos turistas em Portugal”.
  11. Ajude “na aposta de captação de cruzeiros em novos destinos no País: Porto Santo, por exemplo, e outros portos nos Açores”.
  12. Faça “uma análise pormenorizada de toda a cadeia de valor do turismo para identificar custos de contexto que estejam a limitar a competitividade do setor”.
  13. Eleve “a gastronomia portuguesa – um autêntico património nacional – a uma cozinha de qualidade e difundida pelo mundo inteiro, através de uma rede de restaurantes portugueses”.