PS e Governo “perderam a oportunidade para responder à nossa visão de futuro”

3 de setembro de 2017
PSD

Os grandes países não desqualificam as políticas dos outros apenas porque são dos outros”, disse o Presidente do PSD

Alertou, ainda, que as reformas do passado “não duram para sempre

 

Hoje formulei objetivos de longo prazo”, destacou Pedro Passos Coelho na apresentação da candidatura de Armando Varela à Câmara Municipal de Portalegre. O Presidente do PSD referia-se à sua intervenção no encerramento da Universidade de Verão, na qual deu “a indicação clara de como estamos disponíveis para que Portugal possa atingir objetivos maiores que façam da nossa economia uma economia mais dinâmica e aberta”.

O líder social-democrata, ainda em Castelo de Vide, convidava “o Governo a dissimular menos, a assumir com transparência os caminhos que toma para alcançar certos resultados”. “Esperava que, depois da demonstração que fizemos, o Partido Socialista e o chefe do Governo pudessem ter respondido, fundamentando a sua posição”. Contudo, e segundo Pedro Passos Coelho, “perderam a oportunidade para responder à nossa visão de futuro, desclassificando as intervenções e os interventores”.

Que pena que o debate político esteja tão degradado”, afirmou o Presidente do PSD, lamentando que “quem governa se preocupe apenas em rotular tudo aquilo que não seja a bajulação, o pensamento único que nos querem impor”. Por isso, quis deixar bem claro: “podem continuar nesse registo, mas continuarão a falar sozinhos”. Alertou, no entanto, para que PS e Governo “não se deixem equivocar em excesso com sondagens”, pois “as pessoas estão mais atentas do que parecem, há gente que não gosta desta maneira de estar na política e vai ouvindo o que nós dizemos”. Pedro Passos Coelho defendeu que nunca se deve deixar de falar para os portugueses e assumiu estar disponível para “ambicionar um futuro melhor”. “Escusam de nos arrastar para um pensamento de intolerância”, salientou.

 

É importante ter um “desígnio estratégico

O líder social-democrata afirma ser “muito importante” haver um “desígnio estratégico, uma ambição que não seja apenas a de ganhar, mas de traçar metas e objetivos que nos possam transportar para um País melhor”. “É para isso que estamos na política”, assumiu. Reconhecendo que Portugal tem hoje “boas condições” e que pode “aproveitar melhor a conjuntura externa”, salientou que o País tem “beneficiado de reformas importantes que foram feitas no passado”.

Recordando o caso da Alemanha e de Angela Merkel, teceu uma crítica ao atual Executivo, dizendo: “os grandes países não desqualificam as políticas dos outros apenas porque são dos outros, procuram aproveitar o passado para poder projetar o futuro”. “Fizemos reformas importantes e fico satisfeito por ver que o País beneficia disso”, afirmou. Para Pedro Passos Coelho, “é preciso ver além da conjuntura, viver de mais do que das reformas feitas, porque têm uma execução limitada, não duram para sempre”. Para que, no futuro, se possa “viver melhor” importa que se procurem “outras oportunidades, é preciso ser audaz, fixar objetivos ambiciosos e trabalhar para eles”, aconselhou. “Não podemos contar só com as heranças”, disse.

 

“Colocar o melhor que temos ao serviço dos outros

Pedro Passos Coelho referiu-se, uma vez mais, à importância dos autarcas, argumentando que “a nossa vida não depende apenas da ação dos governos. Lembrou que, nos municípios, a forma como cada presidente de câmara, e suas equipas, trabalha resultará na fixação de pessoas, na captação de investimento e, consecutivamente, na criação de emprego. Assim, para que haja “mais rendimento é crucial ter pessoas bem preparadas que possam fazer com que estas oportunidades se multipliquem para futuro”, contribuindo para um “horizonte diferente”. “É isso que queremos também no País”, assegurou.

O PSD tem uma estrutura muito própria quando se apresenta nas eleições autárquicas”, informou o Presidente. “O nosso objetivo é poder colocar o melhor que temos ao serviço dos outros”, acrescentou. Denunciou que “quem está disponível para tudo raramente presta um bom serviço”, para logo garantir que os social-democratas “não estão disponíveis para tudo”, sendo “fiéis” aos seus princípios e tendo a “humildade” de corrigir o que for necessário. Tanto em cada região, como no País, o princípio é “servir todos”, garantiu.

Pedro Passos Coelho dirigiu uma palavra de reconhecimento ao candidato ao município de Portalegre, Armando Varela, por ter aceitado “dar este passo para abrir outro ciclo importante neste concelho”. Reconheceu o trabalho desenvolvido pelo candidato na Câmara Municipal de Sousel, afirmando que “mostrou a qualidade e preparação que tem”.