Pedro Passos Coelho desafia Governo a responder politicamente às críticas

1 de setembro de 2017
PSD

O líder do PSD questionou por que razão o Executivo não baixa a taxa de imposto para os escalões mais baixos de IRS

 

O repto foi lançado hoje pelo presidente do PSD: “quando criticado, o Governo que procure responder de forma política, não é chamando mentirosos aos outros”.

 

O líder da oposição referia-se ao clima que se tem vivido no País, em que, “anormalmente, quem está no poder e no Governo, acusa um certo toque de intolerância e arrogância na maneira de falar com os adversários.”

 

Pedro Passos Coelho, que foi primeiro-ministro de Portugal, relembrou que quando esteve no governo também ele estava exposto à crítica, “mas procurei nunca responder na mesma moeda, preferindo a discussão política à discussão pessoal.  Nunca tive nenhum problema em responder às críticas, e procurava responder com argumentos”.

 

Pelo contrário, nos dias que correm, “quando é criticado, com base nos factos, nos números, nas situações, em vez de responder com a sua visão, o Governo procura, com arrogância, com uma superioridade que manifestamente não se justifica, desqualificar os adversários, procurando intimidá-los, e acha que se responder insultando. Não é uma forma adequada de viver a democracia. Não acrescentam valor nem qualidade ao exercício democrático com esta maneira de estar”.

 

Ainda hoje se verificou esta situação com Paulo Rangel, que foi chamado de mentiroso pelo PS, por ter dito que o Governo preferiu “um Estado salarial a um Estado social. Nós sabemos que é assim, os serviços públicos tinham menos dinheiro para gastar no ano anterior. Em várias áreas de soberania, os orçamentos foram menores, são escolhas políticas. Não se pode, quando a denúncia é feita com base na conta do Estado, dizer que é mentira”.

 

Sobre o alargamento dos escalões de IRS para 2018, medida convenientemente anunciada antes das eleições, Pedro Passos Coelho relembrou que “em 2016, o Governo queixava-se das alterações que fizemos ao IRS e que tinham impacto nessas contas, que resultavam de políticas nossas. Nós defendemos um certo alívio da carga fiscal para as famílias numerosas. Isso implicou um volume de devoluções de quase 400 milhões, e diziam que era um contributo negativo para a meta do défice. Este ano dizem ter 200 milhões, e querem criar mais um escalão. Porquê? Porque não baixam a taxa de imposto para os escalões mais baixos? Porque é que andam com essa conversa em véspera de eleições, só a falar da parte simpática?”

 

Autárquicas: PSD apresenta-se com equipas e projetos a pensar no futuro

 

Perante centenas de pessoas, em Vila Real, para a apresentação de António Carvalho à câmara municipal, o líder do PSD reforçou que há duas formas de estar na política.

 

A maneira como os social-democratas encaram os cargos públicos passa por pensar todos os dias “como é que podemos aproveitar as oportunidades para tirar o melhor partido delas. É preciso puxar pela sorte, preparar as coisas, o que dá muito trabalho. Temos de pensar no futuro. Temos de fazer pelas coisas boas e preparar-nos para as coisas más. É o que deve fazer quem exerce um cargo. Lutar todos os dias por alargar as possibilidades”.

 

No entanto, ao contrário do PSD, há quem vá apenas gerindo cada dia, a conjuntura, seja boa ou má, ficando à espera que as coisas sigam o seu caminho. “Vivem cada dia sem um projeto de longo prazo, sem uma estratégia mobilizadora”, disse.

 

No Governo e nas autarquias, os social-democratas apostam em investimentos planeados na Cultura, Educação, Saúde, Ambiente e em projetos com relevo para melhor servir as populações.