Pedro Passos Coelho afirma que a Europa se deve unir para diminuir as desigualdades

21 de maio de 2017
PSD

Para o líder social-democrata, a União Europeia deve reforçar os seus mecanismos comuns para combater os nacionalismos e populismos

 

O Presidente do PSD afirmou ainda que a negociação do Brexit deve ser feita de forma ponderada

 

O Presidente do PSD afirmou hoje que a Europa precisa de continuar a desenvolver o seu projeto comum no sentido de diminuir as desigualdades entre os países que a constituem.

 

Assim, para Pedro Passos Coelho, é preciso “completar a união bancária, para que os empresários e as famílias não sejam penalizados pela geografia dentro da Europa. Precisamos que o risco seja partilhado pelo mercado, consumidores, investidores”.

 

Como tal, é preciso também que se concretize uma “união de mercados financeiros. É preciso tirar as conclusões que se conhecem há muito tempo que resultam de termos a mesma moeda, pelo que precisamos de um orçamento comum para fazer a reafectação dos que acumulam mais e os que têm menos.

 

É este o caminho para minimizar a divergência económica dentro da União Europeia. Mas para que as desigualdades entre os países que constituem o projeto europeu diminuam e não se acentuem, é também necessário reforçar a união económica e monetária.

 

Um dos casos ilustrados pelo líder social-democrata, durante a sessão de encerramento da Universidade Europa, foi o caso alemão: “se a Alemanha é o grande credor da Europa e os restantes países são os devedores, isto cria de forma consistente um desequilíbrio cada vez maior, que acabará mal se algo não se passar entretanto. Se tudo se mantiver como está, teremos um desequilíbrio muito grande”.

 

Europa: é necessária uma adaptação aos novos tempos

 

Sobre a emergência dos nacionalismos e regionalismos, que são “fatores de desintegração e tensão”, Pedro Passos Coelho afirmou que é necessário conter estes fenómenos.

 

Vivemos um ano crucial para saber se a Europa sobreviva ou sucumbia. O último dos embates foi em França. Felizmente, Macron ganhou as eleições. Le Pen perdeu, mas houve franceses que votaram por modelos puramente nacionalistas. Quase metade da França votou contra a Europa”, disse.

 

Tal como o Presidente do PSD afirma, “se queremos combater as causas dos problemas que vêm reforçando as condições de desintegração temos de ser exigentes e não complacentes. E alguém que é exigente tem de ter a flexibilidade para se adaptar aos tempos.”

 

Para tal, é necessário manter um equilíbrio na escolha democrática, e tem de haver opinião pública europeia. “Temos de ter partidos europeus, com militantes europeus. Se queremos caminhar para um período em que os nossos destinos estejam partilhados, temos de ter equilíbrio e andar para a frente”, afirmou.

 

Cada país tem de atuar na sua dupla responsabilidade, e não perder tempo. Se cada um atuar melhor a nível nacional, melhoramos a resposta europeia. É preciso controlar as fronteiras, mas isso não significa que sejam encerradas. Para isso, é preciso “ter dispositivos europeus e temos de responder aos problemas graves com a importância que nos devem inspirar.”

 

Europa tem de atrair quem se identifique com o projeto europeu

Sobre o Brexit, o líder do maior partido de Portugal afirmou que “foi a primeira vez que um país decidiu que não queria fazer parte deste projeto. Muitos têm medo que outros sigam o exemplo.”

 

Mas a negociação da saída do Reino Unido deve ser feita “não oferecendo melhores condições do que os que fazem parte usufruam. Mas se quisermos transformar numa espécie de caso exemplar em que castigamos os que nos abandonam, o meu receio é que mais gente use esse caso para mostrar que esta não é a Europa que nos interessa e estaremos a alimentar as forças desagregadoras”.

 

A Europa não é incompatível com as nossas soberanias, e não pode ser alimentado um totalitarismo europeu em que as pessoas têm de ficar à força”, disse.

 

Concluindo, Pedro Passos Coelho afirmou que “deixar como está é o pior que nos podia acontecer. Deixemos os populistas fazerem o seu papel, vamos desempenhar o nosso, convencidos de que os nossos valores e objetivos valem a pena. É preciso opor ao populismo o que é genuíno. E assim ganharemos o modelo de paz, de convergência económica, social e política. Seremos um espaço que possa ser olhado como de progresso e em que a humanidade sente que está a progredir. Temos de ser mais e atrair mais, é uma estupidez fechar a Europa. Precisamos de gente que venha para cá, com uma perspetiva cosmopolita. Gente que se identifique com o nosso projeto, com os nossos valores”.