Novo Banco: BE, PC e PS reestruturaram a dívida aos banqueiros

5 de abril de 2017
PSD

BE, PCP e PS têm de assumir o perdão de juros aos banqueiros e o mau negócio no Novo Banco.

O PSD acusou, esta quarta-feira, o BE, PCP, PS e Governo de serem os responsáveis pela “má venda” do Novo Banco (NB) e pelo perdão da dívida aos bancos efetuado em Março.

Deviam assumir essa responsabilidade”, salientou António Leitão Amaro. O BE e o PCP “são partidos do governo, não oposição”, lembrou o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD. Os partidos de esquerda “fazem folclore de conversa porque não têm decidir” e, segundo o deputado, apresentam projetos de resolução que são, somente, “conversa para distrair”.

António Leitão Amaro não poupou críticas aos partidos que sustentam o governo. “Desenganem-se, esta venda e este perdão só existem por decisão do Governo e este Governo só tomou esta decisão porque, em cada semana, BE, PS e PCP se juntam no seu acordo”. Afirmou ainda que “são todos, e todos sem exceção, BE, PCP, PS e GOV, responsáveis pelo mau negócio e pelo perdão”.

A maioria parlamentar decide e “quem é que paga?”, pergunta o social-democrata. “Os contribuintes.”, responde, acusando “estas esquerdas que tanto defenderam a restruturação da dívida em benefício dos contribuintes” de facilitarem “a vida dos bancos, prejudicando os contribuintes”.

Dois maus negócios: à venda parcial e com garantias acresce o perdão da dívida

O PSD defende que, em relação ao Novo Banco, “o Estado, com o governo de todas as esquerdas, fez dois maus negócios”. De acordo com António Leitão Amaro, foi “mau na venda parcial e com garantias” e “péssimo no perdão da dívida que o governo das esquerdas fez aos bancos à custa de todos os contribuintes”.

Apesar de ser preferível a venda à nacionalização ou liquidação, o PSD não aceita um mau negócio, pois trata-se de uma situação resolver, na medida em que permanece “indefinidamente uma porção de 25%, e Fundo de Resolução e Estado ficam, pelo menos, mais oito anos amarrados na responsabilidade, agora assumida de cobrir perdas e capital”.

António Leitão Amaro perguntou porque é que o Estado acedeu ao pedido da Lone Star em que o Estado permanecesse no capital do banco. “Lá por o comprador querer, porque é que o Estado teve de aceitar?”, questionou para, logo, responder: “é para satisfazer o comprador, assumindo, afinal, o Estado mais riscos”. Mas acrescentou: “ou é o resultado da geringonça? Porque o Governo, afinal, desconfia da idoneidade do comprador que os parceiros da esquerda, ainda agora, chamam de fundo abutre”.

Palavra desonrada supera palavra dada

O deputado social-democrata continuou a enumerar as razões pelas quais este é um “mau negócio”. Referiu-se aos cortes de pessoal e ao fecho de balcões, assim como ao facto de estar dependente “de uma aceitação forçada de perdas obrigacionistas”. Disse mais: “à palavra dada, de não envolver mais dinheiro dos contribuintes nem garantias públicas, sucedeu a palavra desonrada pelo Governo que aceitou financiar, com dinheiro dos contribuintes, a garantia de 3.900 milhões de euros dada ao comprador”.

Tal como o PSD tem alertado, estão envolvidos “dinheiro e esforço dos contribuintes”, “mas os senhores continuam a esconder os termos e os custos desse esforço”, afirmou, denunciando que “hoje todos [os partidos que apoiam o Executivo] se juntaram para impedir que a UTAO calculasse o perdão parcial da dívida”. Para os social-democratas, não está em causa a renegociação do empréstimo do Estado, “o problema está nas péssimas condições com que os contribuintes ficaram”, depois de ter sido dado aos bancos “um perdão de tamanha dimensão”. O valor que vai regressar ao Estado será, assim, “muito inferior ao que emprestou”.