“Não vemos nada que o Governo esteja a fazer a pensar no longo prazo”

27 de agosto de 2017
PSD

O líder social-democrata criticou medidas anunciadas a pensar nas eleições autárquicas

 

Quando falamos em reformas não falamos em apertar a bolsa”, destacou o Presidente do PSD

 

Pedro Passos Coelho destacou, este sábado na apresentação da candidatura de Manuel Tibo à Câmara Municipal de Terras de Bouro que, quando se está “excessivamente preocupado com o dia-a-dia e com as eleições seguintes”, nunca se está preparado “para fazer o que é preciso”, assim como para “ver além da conjuntura, fazer reformas e atrair investimento”.

O líder social-democrata reiterou que tanto em Terras de Bouro, como no País, é importante “tirar proveito da conjuntura favorável”, mas é-o também “olhar além da conjuntura para ver o que está ao nosso alcance para que o futuro traga melhores resultados”. Defendeu, por isso, que bons resultados dependem de equipas “muito bem preparadas” e de liderança.

Temos hoje uma economia a crescer mais do que no ano passado”, lembrou o Presidente do PSD, acrescentando que, apesar de se ter perdido “mais de um ano”, “se ganhou uma certa embalagem”. Destacou, todavia, que “não vale a pena virem falar do milagre socialista”, uma vez que “o que sustenta o crescimento e a economia são as exportações e o turismo”. Salientando a importância de se “tirar proveito das reformas do passado que nos permitem exportar mais” e de um turismo em crescimento, perguntou: “o que estamos a fazer hoje em Portugal para que o crescimento seja sustentável?”.

 

O País precisa de mais

Pedro Passos Coelho reiterou que o País precisa de mais e que podia estar a crescer mais. “Há outros países que, nas mesmas circunstâncias, crescem mais do que nós”, explicou, reforçando a questão: “o que faz o Governo para que se possa crescer mais no próximo ano?”. Para o Presidente dos social-democratas é claro: “não vemos nada que o Governo esteja a fazer a pensar no longo prazo”. Criticou, por isso, as medidas que têm sido tomadas e anunciadas pelo Executivo “a pensar nas autárquicas”, como disso é exemplo o aumento extraordinário de pensões.

Gostávamos de ver o Governo a falar em reformas importantes: da economia, às políticas sociais, ao Estado”, disse Pedro Passos Coelho. “Em vez de falar em consenso para as grandes obras públicas, devíamos era estar à espera de ouvir falar em grandes consensos quanto a reformas que deviam sustentar a criação de emprego”, argumentou.

Para o líder do PSD, “é preciso saber o que se quer, não ter medo de ir contra a corrente”. Assim, “em vez de pensar na popularidade, era importante fixar objetivos de médio e longo prazo”, aconselhou. “O que queremos na Educação? Mais facilidades ou mais rigor?”, interrogou, referindo-se também à Saúde: “ver as dívidas a crescer ou sanear as dívidas nos hospitais?”. Defendeu que “é preciso investir no futuro” e que se se apostar em melhores condições, “então os salários hão-de melhorar”.

 

Reformas são sinónimo de Estado moderno que “não falha todos os dias

De acordo com Pedro Passos Coelho, “quem está no Governo gosta de dar a ideia de que esta predisposição do PSD para as grandes reformas exige muitos sacrifícios”. Disse, contudo, não ser verdade. “Quando falamos em reformas não falamos em apertar a bolsa”, explicou. “Quando falamos em reformas significa que temos um Estado mais moderno e não um que falha todos os dias”, referiu, acrescentando que o País necessita de “muito mais bom senso” em áreas como Saúde ou Educação. “Aí é que os consensos são importantes, não é nas obras públicas”, criticou.

O líder social-democrata acusou o Governo de ter projetos na gaveta, nomeadamente o programa de infraestruturas e transportes que, segundo lembrou, “mereceu amplo consenso até com o Partido Socialista”. Acusou o Governo de preferir “dar a ideia de que a austeridade acabou mesmo quando sabe que, para cumprir os objetivos do défice, tem de apertar no investimento público e tem de manter as cativações". “Tem de por o Estado a pão e água para poder dar a ideia às pessoas de que está tudo bem”, denunciou. Disse, uma vez mais, não haver “visão de longo prazo” neste executivo que “gosta apenas de fazer um embrulho diferente para induzir as pessoas em erro”.

Dado que o PSD leva Portugal e as pessoas a sério, Pedro Passos Coelho destacou a importância de se olhar para o “médio e longo prazo”. “Queremos que o País não fique para trás”, reforçou.

 

Terras de Bouro: “o que é preciso é liderança política

O Presidente do PSD recordou que foram feitos diversos investimentos em Saneamento, Educação, Saúde ou Cultura, mas “hoje faltam pessoas em muitos sítios”. Salientou que “muita da transformação se deve a fundos europeus”. As pessoas acabaram por sair das suas terras, pelo que surge como relevante “criar dinâmicas de crescimento nas nossas terras”. “Precisamos de pessoas dinâmicas como Manuel Tibo, com equipas dinâmicas como a que tem”, afirmou, considerando o dinamismo um requisito essencial para atrair investimento.

Pedro Passos Coelho referiu-se a uma “perspetiva moderna” que passa por trabalhar com e para a região. “Se conseguirmos ter um concelho em que os investidores acreditem, então teremos mais gente a querer viver aqui, a deixar os seus filhos estudar aqui e oferecer um futuro mais sustentado e com mais qualidade para os que decidem ficar”.

No que diz respeito a Terras de Bouro, o líder social-democrata afirmou que o município reúne todas as condições para ser atrativo. “O que é preciso é liderança política, em Terras de Bouro, como em Portugal”, sendo que está convicto de que Manuel Tibo “será a pessoa certa para restituir uma gestão social-democrata” ao município.