Dívida: Pedro Passos Coelho elogia Governo por não seguir proposta do PS e BE

16 de junho de 2017
PSD

 

Dívida: Presidente do PSD chamou a atenção para a necessidade de se emitir a mais longo prazo. Acusou o Governo de fragilizar o Serviço Nacional de Saúde.

 

Pedro Passos Coelho afirmou, na quarta-feira, que é preciso deixar de parte a “falta de realismo do Governo e passar a ter uma visão de futuro”, gerando confiança nas pessoas. Para Portugal ter futuro, é necessário reconhecer boas propostas.

O líder da oposição já havia desafiado o Governo a emitir dívida a mais longo prazo. Hoje, emitiu a “dez anos, mas era preciso aproveitar a confiança para emitir a mais anos. Temos de substituir a dívida que é cara por outra mais barata”.

Por outro lado, o relatório da sustentabilidade da dívida feito pelo BE e pelo PS defende o contrário: emitir a prazos mais curtos para poupar em juros. “Mas se olharmos para o País e não para as eleições, o interesse é que seja a longo prazo”, explicou. “Ainda bem que fizeram o contrário do acordado entre o PS e o BE sobre emissão de dívida. Porque é que não se reconhece isto? Quando somos nós a propor está mal, mas se forem os outros está bem? Isto impede as pessoas de acreditarem no sistema político e nos políticos”, disse.

O presidente do PSD realçou, ainda, a importância de se ter uma conversa séria sobre a TAP. Pedro Passos Coelho relembrou que, “o governo PS, nos anos 90, andou à procura de uma parceria estratégica para a prazo vender a TAP. Na altura, só não aconteceu porque a empresa fechou. O País andou muitos anos a ver se havia forma de vender a empresa, preservando a sua importância”.

Os que acusam o PSD de ter vendido a TAP “à pressa”, esquecem-se de que quase “não havia dinheiro para pagar ordenados e para abastecer os aviões de combustível”. O PSD conseguiu um bom negócio para o País. Mas agora, “o PS diz que o Estado não podia vender a empresa toda. Ainda não percebi se temos 50% para mandar ou não. Ainda não percebi o que querem dizer. Mas ouvi dizer que a solução era melhor. O Estado, antes, ia ter 34% da empresa, agora só pode receber 18% dos dividendos. E se forem prejuízos? Como vai ser? Ainda não percebi porque é que esta reversão era fundamental”.

Pedro Passos Coelho reiterou ainda que, se a privatização não tivesse sido revertida, o Governo não estaria agora a nomear pessoas para a gestão da empresa.

Ainda sobre o futuro, o líder do PSD referiu-se ao caso da Segurança Social e reiterou que é preciso “fazer uma reforma que dê segurança aos atuais e aos futuros pensionistas”.

Sobre as reformas levadas a cabo pelo último executivo PS, que previa que daqui a vinte anos quem se reformar tem apenas metade do salário, o líder do PSD afirmou que é preciso lidar com estes problemas. Lidar com a desertificação e com a natalidade recessiva que se verifica em todo o território. “O problema é nacional e não ficou resolvido. É preciso uma nova leva de reformas importantes para as pessoas poderem ter uma perspetiva de carreira e de futuro”, disse.

Portugal pode ter mais do que um crescimento ocasional. Tal como defendeu, é preciso “ganhar balanço e dar um salto qualitativo e ter as políticas públicas mais dotadas e com mais meios. Não vale a pena continuar a fazer de conta. Temos de nos mostrar determinados, saber o que queremos e lutar por isso.”

 

Saúde: é preciso investir em médicos, enfermeiros e equipamentos

Decorreu hoje, no Parlamento, uma discussão sobre o Sistema Nacional de Saúde (SNS) e a Saúde em Portugal.

O PSD, mesmo nos tempos de emergência, conseguiu sempre investir na Saúde, apostando, por exemplo, no investimento em equipamentos para diminuir tempos e listas de espera. Conseguiu “arranjar dinheiro para defender o Serviço Nacional de Saúde, mesmo que algumas medidas fossem incompreendidas”.

Mas hoje, “as coisas mudaram e são imensas as desculpas para que as coisas não possam ser melhores. Nós sabemos que é difícil, porque se queremos ser melhores no futuro há coisas que se têm de fazer no meio. Temos de fazer opções, valorizar o SNS. Porque é que não olhamos para os problemas que temos e que são sentidos?”, questionou.

O que há é falta de médicos, enfermeiros e equipamentos, mas quando não havia dinheiro nós conseguíamos abrir novos hospitais e centros de saúde, melhorávamos o investimento. Diziam que estávamos a destruir o SNS. E agora que as dívidas aumentam, que os prazos de pagamento são maiores e não há investimento nos equipamentos? Porque é que é assim? Porque o dinheiro não dá para tudo”, disse.

 

São os autarcas quem melhor conhece os problemas locais”

São precisas escolhas que valorizem a Educação, a Saúde e a Ação Social. E a descentralização pode ter um papel fundamental nesta matéria. São os autarcas quem melhor conhece os problemas locais. São eles os mais bem preparados para ver as características de cada região, escolhendo o que pode ser melhorado e potenciado.

Por diversas vezes, o PSD tentou promover uma discussão séria, para que os autarcas eleitos no próximo dia 1 de outubro soubessem com o que contar. Mas o Governo foi adiando a discussão e agora cria grupos de trabalho com propostas que ficam muito aquém. “Esta não é uma forma séria de fazer esta discussão”, disse.

É preciso fazer as escolhas certas para dar novo fôlego ao País. E esse trabalho não passa só pela Administração Central. Passa por uma cooperação entre o Estado, o Poder Local e os Portugueses.