Dijsselbloem: “entradas de leão, saídas de ratinho”

12 de abril de 2017
PSD

Pedir a demissão de Dijsselbloem, era uma “imposição, uma revindicação do Governo português”. Foi, afinal, uma encenação do Executivo. Tal como afirma Luís Montenegro, “parece que nas reuniões se esquecem disso e fazem de conta, incluindo o senhor primeiro-ministro, que em Madrid fez de conta que essa oportunidade não apareceu. Em Portugal, pedem a demissão. Nas reuniões, sejam Bruxelas, La Valletta ou em Madrid, as entradas de leão dão em saídas de ratinho”.

O líder parlamentar do PSD referia-se ao “momento ridículo de criar uma encenação na reunião do Eurogrupo e de ter deixado a nú a posição do Governo português” levada a cabo pelo secretário de Estado Adjunto e das Finanças. O mesmo secretário de Estado que desmentiu o primeiro-ministro a propósito das condições do negócio da venda do Novo Banco.

O PSD, durante o debate quinzenal que decorreu hoje na Assembleia, questionou António Costa sobre o motivo pelo qual Mário Centeno não esteve presente na reunião do Eurogrupo. Perguntou porque é que, tendo participado um enviado especial do Governo, não se concretizou o pedido de demissão na reunião?

O líder parlamentar dos social-democratas inquiriu ainda o motivo pelo qual, se Mário Centeno foi sondado para a presidência do Eurogrupo, “foi defender um candidato espanhol? E porque é que o secretário de Estado não pediu a demissão na reunião do Eurogrupo?” “A única coisa que o Governo devia ter feito não fez, e não dá explicações sobre isso”, acusou Luís Montenegro.

 

“O crédito continua malparado, mas o seu Governo está cada vez mais bem parado”

Luís Montenegro referiu-se à ausência de trabalho que o Governo tem vindo a demonstrar face ao crédito malparado.

O primeiro-ministro já disse que estava a ultimar uma solução. Depois disse que estava a trabalhar intensamente. Depois disse que havia um calendário para as soluções. Quantas reuniões já houve sobre a criação de um veículo para o crédito malparado? Qual é o calendário que vamos seguir? Andamos nesta conversa há mais de um ano. Um ano depois, o crédito continua malparado, mas o seu Governo está cada vez mais bem parado. Isto é só conversa”, acusou o social-democrata.

Os portugueses merecem saber “qual é a solução e como se vai preconizar”, destacou.