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António Costa afirmou que “qualquer reforma na floresta” demorava “dez anos” a produzir efeitos. Ora, “António Costa era ministro há dez anos”, lembrou Pedro Passos Coelho. “E, portanto, talvez hoje, como primeiro-ministro, esteja a recolher os resultados dessa reforma", disse o líder social-democrata, realçando que foi o PSD quem promoveu iniciativas visando a reforma florestal, enquanto o Governo “andava a nomear novo presidente para a Proteção Civil, comandantes e subcomandantes”. “O País arde e o primeiro-ministro”, que contratou o SIRESP, “acha que a culpa é da oposição”
O pacote florestal apresentado pelo Governo não é “reforma nenhuma. É sabido que o primeiro-ministro fez uma concessão ao Bloco de Esquerda, fazendo uma espécie de proibição administrativa do eucalipto, e chamou a isto uma reforma da floresta”, explicou Pedro Passos Coelho, ontem, em Ribeira de Pena.
O líder dos social-democratas lembrou que o PSD tem, “desde 2016, um diploma no Parlamento sobre cadastro que é importante para se poder, de alguma maneira, olhar para o futuro da floresta e ver um ordenamento mais adequado”. Todavia, “o Governo não só acordou demasiado tarde para estes problemas, como a maioria que o apoia durante estes quase dois anos não quis discutir estas matérias”, denunciou.
“Chamar reforma da floresta àquilo que foi aprovado só pode ser uma caricatura”, reiterou, o líder do PSD. O Governo, afirma, acordou “muito tarde” em matérias importantes como “o ordenamento da floresta ou o cadastro”.
“As críticas que são dirigidas à oposição [por António Costa] erram o alvo”, considera o Presidente do PSD. “O Dr. António Costa começou por dizer há uns meses que qualquer reforma séria das florestas demora cerca de 10 anos a produzir efeitos e dizia isto como quem diz ‘quanto mais depressa começarmos, melhor’”, afirmou para, depois, lembrar que “há 10 anos era ele ministro, portanto hoje como primeiro-ministro talvez esteja a recolher (usando os seus próprios parâmetros) os resultados da reforma florestal que o seu governo fez há 10 anos”.
PSD foi o primeiro a apresentar iniciativas legislativas
O PSD foi o primeiro “a apresentar iniciativas legislativas no Parlamento” e o atual executivo, por sua vez, “demorou quase um ano e meio a apresentar iniciativas”, recordo Pedro Passos Coelho. Por isso, perguntou: “nós é que estamos fora do debate?”, para logo responder: “há aí um equívoco qualquer”. Tal como recordou: “nós colocámos estas matérias em discussão muito antes de o Governo ter acordado para elas, andou a fazer de conta tempo demais”. Acrescentou ainda que “enquanto nós queríamos discutir o cadastro, o Governo andava a nomear um novo presidente para a Proteção Civil, um novo responsável por toda a área técnica da Proteção Civil, um comandante das operações nacionais, a nomear comandantes e subcomandantes ao nível de toda a estrutura da Proteção Civil”.
O líder social-democrata acusou, ainda, António Costa de se ter “entretanto” esquecido de que “o SIRESP, que tantos problemas deu este ano, foi justamente o SIRESP que ele contratou quando era ministro da Administração Interna”. “Até o SIRESP ele utiliza como se fosse uma responsabilidade da oposição”, disse, considerando que as palavras do primeiro-ministro, a acusar a oposição, “não têm sentido” e “são proferidas para ver se fica bem, se alguém lhes pega, mas que realmente não têm substância”.
António Costa esconde os seus fracassos atacando quem o denuncia
Sobre a alusão de António Costa a Pedrógão Grande (alegando que foi preciso uma tragédia como a de junho para “o PSD e o CDS acordarem para este problema”), Pedro Passos Coelho afirmou só merecer uma resposta: “nem uma tragédia como aquela que ocorreu em Pedrógão Grande deu sentido de Estado e seriedade política ao primeiro-ministro”. Referiu tratar-se, portanto, de “mais ou menos um clássico” em que “o primeiro-ministro procura esconder o fracasso da sua governação, atacando aqueles que denunciam este fracasso”.
Segundo esclareceu o Presidente do PSD, “nunca em democracia nós assistimos a um espetáculo como aquele a que estamos a assistir, em que o País arde, a Proteção Civil mostra-se impotente para resolver a situação – a Proteção Civil que depende do Governo – e o primeiro-ministro acha que a culpa é da oposição”. Considera, assim, que “ninguém pode levar isto a sério” e que, “infelizmente”, se trata de “uma cultura política que está instalada no Governo”. Lembrou que “sempre que alguma coisa corre mal, a culpa é da oposição ou do passado; quando as coisas correm bem, todos devem favores e elogias ao primeiro-ministro e ao Governo”. Disse, assim, que “é uma maneira de estar na política” que não é a sua.