Armas: Governo deve garantir que desleixo na segurança não se repete

7 de março de 2017
PSD

O desleixo manifestado no desaparecimento de mais de 50 armas de um armazém da Polícia de Segurança Pública (PSP) não pode repetir-se, exigiu o PSD esta terça-feira. O perigo para a segurança pública foi destacado por Fernando Negrão, deputado social-democrata, durante a audição a Constança Urbano de Sousa, ministra da Administração Interna, cuja presença no Parlamento tinha sido pedida pelo PSD, para prestar esclarecimentos.

Perante a ministra, o PSD quis saber por que razão não houve um esclarecimento público quando saiu a primeira notícia sobre a apreensão de uma arma da PSP, querendo também averiguar porque é que o Ministério só deu conta do sucedido muitos dias depois.

Fernando Negrão questionou ainda a ministra sobre o motivo pelo qual estavam 57 Glocks no armazém da Direção Nacional da PSP e não distribuídas pelos agentes.

O PSD quis saber o que explica o facto de as armas terem sido encontradas em Ceuta e não no espaço europeu, averiguando se estaremos perante uma rede de tráfico internacional de armas.

Os social-democratas querem, ainda, saber quantas vezes por ano são feitos inventários às armas da PSP, e se o número atual é suficiente.

Quais os factos que levaram ao levantamento de processos disciplinares a dois agentes da PSP? Qual era a sua qualidade funcional?”, questionou o social-democrata.

Tudo pode ter que ver com organização no interior da PSP. Estamos a falar do desaparecimento de 57 armas. O PSD não pode deixar de chamar a atenção para esta que é uma questão de enorme gravidade”, afirmou Fernando Negrão. “Podemos estar perante um problema de segurança nacional. Não sabemos se noutros armazéns não poderão ter desaparecido outras armas. Não estou a criar alarme, estou a dizer que as questões devem ser equacionadas.”

PSD questiona ministra sobre segurança

Luís Marques Guedes questionou a ministra da Administração Interna sobre quantos agentes das forças de segurança, entre PSP e GNR, foram libertos no âmbito do plano de externalização, uma medida que tem vindo a ser anunciada desde o final do verão.

O deputado do PSD abordou, também, o clima de violência associado ao futebol, para perguntar “que iniciativas é que alguém com responsabilidade política está a pensar tomar”. O parlamentar lembrou que, no passado e em situação de “picos de problemas”, o governo realizou reuniões com responsáveis desportivos a fim “de se tomarem iniciativas para baixar o nível de ameaça e de violência”. Para Luís Marques Guedes, não se trata de um “assunto menor”.

Partindo do princípio de que a fuga de dois argelinos, recentemente registada, não se trata de um “problema exclusivo de Portugal”, o deputado questionou a ministra sobre que “iniciativas é que as autoridades portuguesas fizeram com congéneres da orla Sul para perceber o que é que se tem feito?”.

O cálculo das reformas dos agentes de segurança também mereceu atenção por parte do PSD, sobretudo na sequência de “notícias que têm vindo a público” indicando aparentes falhas num decreto-lei recentemente aprovado pelo Governo. Para Luís Marques Guedes urge perceber se está a acontecer desigualdade de tratamento e, a acontecer, qual é a causa.

Luís Marques Guedes terminou a sua intervenção referindo-se à renovação online das cartas de condução. Para o social-democrata o site é de uma “hostilidade óbvia” e torna “frustrante qualquer tentativa” de renovação. Sendo que “foi anunciado com pompa e circunstância”, o PSD pretende saber se “já há renovações feitas através daquele sistema”.