Universidade de Verão 2014: Resumo do segundo dia

2 de setembro de 2014
PSD

O segundo dia da Universidade de Verão começou com uma aula
acerca de «Energia e Clima: o que não podemos adiar» com o Engenheiro Carlos
Pimenta. Defensor das energias renováveis, Pimenta considera que só podemos ter
uma política ambiental sustentável se deixarmos de depender dos combustíveis
fósseis – por isto, vê na mobilidade eléctrica uma oportunidade de
desenvolvimento para Portugal. Carlos Pimenta frisou ainda os custos que isto
poderá ter para a vida humana num futuro próximo. Esta foi uma aula em que o
sentido de humor do orador conquistou cada um dos alunos, sensibilizando-os, em
simultâneo, para a problemática do clima.

Após o almoço, foi a vez de Miguel Poiares Maduro e Rui
Tavares se juntarem num debate oponente acerca da «Clivagem Esquerda/Direita:
ainda é importante?». Numa renhida mas amigável discussão, Rui Tavares afirmou
que a dicotomia Esquerda/Direita é tão importante como os pontos cardeais, pelo
facto de ambos serem conceitos orientadores. O Historiador e fundador do LIVRE
fez ainda uma abordagem histórica dos dois conceitos, explicando como nasceram
e o que representavam.

O Ministro-Adjunto e do Desenvolvimento Regional mostrou-se
concordante com esta comparação, mas ressalvou que é necessário haver
alternativas a esta visão mais tradicional, pois hoje esta clivagem é mais
ambígua – por exemplo, no que diz respeito a costumes e moral. Para Poiares
Maduro, estas denominações são pouco actuais e uma forma de identidade social,
ao invés de política.

O dia terminou com a presença do Catedrático de Filosofia
Social e Política, Daniel Innerarity, no segundo jantar-conferência.
Considerado um dos 25 maiores pensadores do mundo pela revista “Le Nouvel
Observateur”, Innerarity juntou-se à UV para falar acerca da governação no
século XXI. Para o orador, as decisões devem ser tomadas a pensar no longo
prazo, e é errado pensar em soluções para apenas uma legislatura. O Catedrático
acredita que, para uma boa governação, é imprescindível o poder político ser
visto de forma menos oportunista e mais inteligente e estratégica.

Relativamente à juventude, Innerarity frisou a importância
da militância como uma forma de compromisso de tempo e uma oportunidade de
formação que um dia será usada em prol da causa pública.

Por fim, elogiou os alunos da Universidade de Verão e
considerou-os “pessoas raras” pelo que acompanhou ao longo do dia e pelo
trabalho constante que testemunhou em Castelo de Vide.