Universidade de Verão 2014: Resumo do quinto dia

6 de setembro de 2014
PSD

O quinto dia da Universidade de Verão iniciou-se com uma
temática que foi recentemente alvo de estudo por parte do PSD. Joaquim Azevedo,
responsável pelo estudo, apresentou as suas principais conclusões acerca de
como «promover a natalidade». Para o Professor, é preciso que haja, em primeiro
lugar, um compromisso social e político para colocar a questão da natalidade na
agenda. Num país em que o índice de fecundidade se encontra em níveis muito
baixos e se prevê que, em 50 anos, perca dois milhões de pessoas, Joaquim Azevedo
alertou que o Estado não deve financiar os nascimentos, mas sim promover a
justiça fiscal e criar condições para que os casais tenham filhos – seja
através da flexibilização do mercado laboral, da oferta de ensino ou de
mecanismos que promovam a igualdade de géneros, para que ambos os pais possam
desempenhar um papel activo no crescimento da criança.

À tarde foi a vez de Marcelo Rebelo de Sousa falar acerca de
«Portugal e PSD: 40 anos em Democracia». O ex-líder do partido começou por
apontar os obstáculos à sua criação, contou histórias por si vividas aquando da
fundação do PPD e lembrou o porquê de o PSD ter sido responsável pelas maiores
reformas estruturantes em Portugal, nomeadamente as Revisões Constitucionais
feitas até hoje. Para o futuro, considera imprescindível uma reforma do sistema
eleitoral, de forma a aproximar as pessoas da política. Quanto ao PSD, o
Professor antevê um partido que se mantenha pluralista, com uma boa capacidade
de antecipação e que venha a ter uma maior participação das mulheres. Por fim,
aconselhou os alunos a regerem-se por uma “pauta de valores” – não apenas na
vida pessoal, mas também na política – sendo humildes, fiéis, solidários e
altruístas.

O dia terminou com um jantar-conferência com alguém que não
se considera afecto à política, mas sim uma pessoa interessada que busca
cultura e conhecimento autonomamente. Visionário no que à tecnologia e
investigação diz respeito, António Murta veio partilhar uma visão pessoal
acerca de como crê que será Portugal nos próximos vinte anos. Num discurso
tocante e motivador, destacou aquelas que, para si, são as melhores qualidades
dos portugueses e de Portugal: da simplicidade à simpatia, passando pela
capacidade de “desenrasque”, Murta considera Portugal um país pequeno mas cheio
de pessoas competentes e reconhecidas internacionalmente, apesar de passarem
despercebidas cá dentro. Para o futuro, algumas das ideias que considera
fulcrais são a reforma do sistema eleitoral, a defesa do Serviço Nacional de
Saúde e a preservação da ciência e tecnologia e a sua transformação em
economia.