“Uma das fraquezas do processo de recuperação está na variável investimento”

28 de setembro de 2016
PSD

Esta quarta-feira, Pedro Passos Coelho acusou o atual Governo de fazer do investimento público a variável do ajustamento orçamental, argumentando que o executivo está disposto a não gastar nada até ao final do ano se for preciso para cumprir défice.

            Na Reunião Plenária com o debate sobre "Captação de Investimento e Crescimento Económico”, o Líder do PSD afirmou que o " investimento público está em forte contração, sem que isso provoque nenhum problema de coerência entre aqueles que suportam o Governo, mas não há nenhuma dúvida: o investimento público é hoje a variável de ajustamento orçamental e se for preciso não gastar nada até ao final do ano para cumprir a meta, o governo não gastará nada".

Pedro Passos Coelho ressalvou esperar "que o Governo cumpra a meta do défice porque ela é importante para as finanças públicas do país e para a credibilidade do país", sublinhando que "o que tem é de se saber é que o caminho que está a ser seguido não é necessariamente aquele que tinha de ser seguido, porque havia alternativas".

Durante a intervenção, Pedro Passos Coelho disse que não vale a pena "usar malabarismos" com dados estatísticos de entidades credíveis, porque "o desempenho da economia está francamente abaixo da expectativa do Governo e dos agentes no mercado".

"A nossa economia está a crescer sensivelmente metade daquilo que se esperava", afirmou, argumentando que "uma das fraquezas do processo de recuperação está precisamente na variável investimento".

Defendendo que é preciso "atender à qualidade do investimento", o Presidente do PSD afirmou que não é com o capital que o país detém que consegue crescer o suficiente, sendo necessário exportar mais e atrair mais investimento direto externo.

"É difícil não ter uma estratégia clara para isto e ao mesmo tempo acrescentar dúvidas quanto à permanência de Portugal no euro, quanto à necessidade de reestruturar ou não a dívida - é a discussão que é suscitada no apoio que é dado ao Governo", sustentou.

"Quando o Governo tem ideias como colocar acesso a contas bancárias a partir de 50 mil euros, alterações ao IMI, alterações ao arrendamento urbano, quando fala sobre novos imposto sobre o património justamente na área imobiliária que é aquela que mais dinamismo tem tido nos últimos anos, quando o ministro das Finanças vem dizer que pode haver mexidas nos impostos indiretos, nós sabemos que esse não é o caminho", concluiu.