«Se não querem governar como golpistas deveriam aceitar a revisão constitucional»

12 de novembro de 2015
PSD

O Primeiro-Ministro declarou-se hoje "inteiramente disponível" para apoiar "uma revisão constitucional extraordinária para dissolver a Assembleia e para que seja o povo português a decidir".

Passos Coelho acusou os partidos de esquerda de serem "golpistas ou fraudulentos" se não ajudarem a criar essas condições: "Se [os partidos de esquerda] não querem governar como golpistas ou fraudulentos devem ajudar a criar condições para convocar eleições".

Para o PM, este acordo que PS, Bloco de Esquerda e CDU apresentaram não é “uma solução política de Governo” e, como “um Governo não pode governar contra a maioria absoluta do Parlamento e se o Parlamento não respeita a vontade popular” em “circunstâncias normais esse Parlamento deveria ser dissolvido para que fosse o povo a decidir que governo desejaria ter“.

O PM manifestou, assim, a vontade de avançar já para a dissolução da Assembleia da República e para a convocação de eleições.

A Constituição impede que o Parlamento seja dissolvido nos seus primeiros seis meses de funcionamento. 

 

"Eles nunca se entenderão"

 

Sobre a maioria à esquerda, o PM disse que não existe no acordo qualquer “compromisso de estabilidade, de cimento, de coesão”, nem tampouco qualquer garantia de que esse Governo será capaz de tomar de tomar decisões sobre “aquilo que é verdadeiramente importante para o país”.

Pelo contrário, insistiu o líder da coligação. “É dito até com uma certa pompa que cada um dos partidos manterá intacta a sua visão do mundo, da democracia, da economia e da Europa. Que é como quem diz: ‘Eles nunca se entenderão'”.