PSD defende intensificação da internacionalização do vinho português

29 de setembro de 2014
PSD

O vice-presidente do grupo parlamentar do PSD Pedro do Ó
Ramos defendeu hoje, em Viseu, a necessidade de o Governo intensificar a aposta
na internacionalização do vinho português, atendendo à importância que tem na
economia nacional.

“É um setor ainda muito disperso, uma vez que estamos a
falar de pequenos produtores, e é importante que o Governo, através dos
instrumentos que tem, ao nível comunitário e também nacional, consiga dar esse
sinal para que a aposta na internacionalização seja, de facto, conseguida”,
considerou.

Pedro do Ó falava à agência Lusa em Viseu, no final de uma
reunião de deputados do grupo parlamentar do PSD com agentes do setor
vitivinícola da região do Dão.

Na sua opinião, ainda que a marca Portugal esteja a ser bem
vendida no estrangeiro, “ao nível dos programas, deve haver apoios específicos
que possam ser canalizados para os produtores”.

“Acho que isso poderá fazer toda a diferença, ou seja, não
só fazer uma aposta na marca nacional, mas também ajudar as associações,
cooperativas e organizações de produtores a conseguirem essa
internacionalização”, acrescentou.

O presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão,
Arlindo Cunha, afirmou que dificilmente se conseguirá “promover o Dão, o
Alentejo, a Bairrada ou os Verdes se as pessoas não souberem onde é Portugal”.

“É impressionante como, sendo um país com tantas tradições
vinhateiras, quando se fazem estudos e inquéritos nos mercados de vinho sobre
Portugal, há um défice incrível de notoriedade”, referiu, admitindo que, no
entanto, “sobretudo nos últimos anos, têm-se reforçado muito a marca Portugal
e, no caso do vinho, a marca ‘Wines of Portugal’”.

No entender de Arlindo Cunha, deve haver “uma continuidade
desta política”, porque “não se pode ter sucesso se existir durante uma
legislatura e depois na seguinte já não”.

“Se caminharmos nesse sentido, tenho a certeza de que, daqui
a uma década, os vinhos portugueses serão muito mais conhecidos no mundo”,
acrescentou, sublinhando que, quer o Dão quer outras regiões portuguesas têm
“vinhos fabulosos, com uma grande relação preço/qualidade”.

Pedro do Ó Ramos justificou a visita do grupo parlamentar ao
Dão com “o esforço que tem sido feito pela CVR, autarquia e sobretudo pelos
produtores, para que, cada vez mais, o seu vinho seja reconhecido”.

“Depois de anos em que teve algumas dificuldades, hoje em
dia sente-se a pujança desta região”, frisou.

Para Arlindo Cunha, “é hoje inequívoca” a qualidade do vinho
do Dão, frequentemente reconhecida através de prémios ganhos em conceituados
concursos mundiais.

“O Dão hoje está a afirmar-se, não por aquelas castas
internacionais que todas as regiões têm, mas pela qualidade e pela
diferenciação. Temos uma estratégia apostada na valorização das nossas castas
tradicionais (Touriga Nacional, Encruzado, Alfrocheiro e Jaen) que, neste território
e neste clima, fazem vinhos diferentes, frescos, elegantes, equilibrados e
aromáticos”, acrescentou.