Pedro Passos Coelho na Sessão de Abertura das IV Jornadas CCC

4 de novembro de 2014
PSD

"Não lutámos para nos aborrecermos à primeira
contrariedade, para baixarmos os braços ao primeiro sinal de desalento, ou
apenas porque há políticos que consideram que hoje têm melhores oportunidades
do que podiam ter tido há três, há dois ou há um ano. Não, este é o momento
daqueles que têm verdadeira endurance, daqueles que sabem o que querem e que
não precisam simplesmente de o proclamar, porque mostraram que sabem o que
querem", disse o Presidente do PSD esta segunda-feira, 3 de novembro, na
Sessão de Abertura das IV Jornadas Consolidação, Crescimento e Coesão que se
realizaram em Lisboa.

"Este é o momento ainda em que se joga uma parte
importante do nosso futuro, e nós estamos cá para fazer esse caminho".

Antes, fazendo alusão ao projeto de alta-velocidade
ferroviária que esteve na agenda dos anteriores executivos socialistas, o
primeiro-ministro afirmou que a missão deste Governo não está cumprida e associou
o PS ao retrocesso do País:

"A verdade é que este nosso trabalho não está acabado.
E ainda bem que não está, porque se tivesse de vir a oposição em cima disto
fazer alguma coisa, nós regressaríamos a alta velocidade - como todos se
lembram, a alta velocidade - aos tempos de 2010 e 2011".

No início da sua intervenção, perante uma grande plateia de
militantes social-democratas, Pedro Passos Coelho agradeceu o "espírito de
mobilização" das estruturas do PSD e a sua "estabilidade" e
"determinação" nos últimos três anos, que apontou como cruciais para
a governação.

O presidente do PSD referiu que aparecem por vezes
"vozes dissonantes", com "mais eco" do que as dos
"milhares de militantes anónimos", mas que constituem "um
estímulo ainda redobrado".

Em seguida, reclamou que o executivo PSD/CDS-PP cumpriu o
seu "caderno de encargos" - pôs fim "ao período de
assistência", à "emergência financeira", acabou com "um ciclo
recessivo e com uma espécie de tendência para o abismo" e conseguiu
"resgatar a credibilidade do país e gerar confiança" interna e
externa - e tem "resultados concretos" para apresentar em matéria de
redução da despesa pública, crescimento económico e emprego.

Pedro Passos Coelho alegou que há quem faça "exercícios
desesperados" para pôr em causa as estatísticas e acusou a oposição, em
especial o PS, de não reconhecer esses "resultados concretos" obtidos
sem a sua cooperação.

Quanto à evolução da economia, disse que o "ponto de
viragem" para o crescimento foi 2013: "Exatamente como eu tinha dito
no verão de 2012 no Pontal".

A propósito da evolução do emprego, aproveitou para criticar
José Sócrates: "Não sei se se lembram dos 150 mil postos de trabalho que
um primeiro-ministro chegou a prometer que ia criar. Nós criámos 160 mil postos
de trabalho, e não prometemos coisa nenhuma nessa matéria".

Em matéria de redução da despesa, alegou que não foi maior
devido às "restrições" impostas pelo Tribunal Constitucional.

Pedindo apoio para continuar o projeto de "uma
sociedade mais equilibrada, mais aberta", Pedro Passos Coelho declarou:
"Nós no PSD sabemos o que queremos. Nós sabemos que os portugueses não
querem deitar fora os sacrifícios que fizeram, e nós lutaremos para que
resultados sejam regados todos os dias, cresçam todos os dias e sejam
devolvidos aos portugueses em sinal de confiança pelo trabalho que foi
realizado".

O Presidente do PSD também realçou um dos principais objectivos
deste Executivo:

“Quero aqui reafirmar que é para nós um ponto de honra tirar
Portugal do défice excessivo em 2015. É um ponto de honra".

"E, apesar de todas as profecias e previsões que possam
aparecer que lancem dúvidas sobre essa matéria, garanto-vos: o Governo nunca
deixará de adotar uma estratégia que garanta que em 2015 nós vamos sair do
défice excessivo. Esse é um compromisso com a responsabilidade com que fomos
eleitos e que devolvemos aos portugueses".

O Primeiro-Ministro reclamou estar a seguir um caminho
"de responsabilidade e de recuperação" e rejeitou estar a governar em
função das legislativas de 2015.

"Não é por estarmos em ano de eleições que estamos
agora a prometer tudo a toda a gente. Sabemos o que custou isso em 2009 a
Portugal quando um Governo achou que era assim que se devia ganhar as
eleições".

Por outro lado, prometeu políticas "transversais"
a favor de "uma sociedade mais amiga da família e das crianças",
apontando a proposta de alteração ao código do IRS como "o primeiro sinal
de um conjunto de medidas" nesse sentido.