OE: A responsabilidade é de “quem decidiu criar uma outra solução"

15 de setembro de 2016
PSD

Esta quarta-feira, 14 de setembro, Maria Luís Albuquerque esteve em entrevista no “Negócios da Semana”, Sic Notícias, e considerou a resposta do atual ministro das Finanças, a uma pergunta da CNBC, sobre se faria tudo para evitar um segundo resgate a Portugal, “infeliz”.

“Se a pergunta foi feita ao atual ministro das Finanças é um péssimo sinal. Mas não me surpreende — depois das notícias que têm saído — que se faça. A mim ninguém me colocou uma pergunta desta natureza enquanto fui ministra das Finanças. O que responderia? O que responderia é que a questão não faz sentido. E espero, honestamente, que não venha a fazer sentido”.

Maria Luís Albuquerque considerou que o PSD “prevê uma incapacidade do actual Governo em fazer crescer a economia. Voltou-se atrás nas reformas do anterior Governo. E isso abalou a confiança dos investidores em Portugal.” A Vice-Presidente do PSD continuou: “Há um risco. O Governo não estabilizou as contas públicas. Mas não há, de todo, a iminência de um segundo resgate. Não acredito que o Governo seja irresponsável ao ponto de deixar isso acontecer. É inimaginável.”

Tal como Maria Luís Albuquerque, também a agência de rating Moody’s considerou que o risco de um segundo resgate a Portugal “é baixo”.

“A questão do segundo resgate não foi colocada por nós, mas por observadores externos e com repercussão mediática. Depois do que Portugal passou, seria absurdo voltar à mesma situação”, salientou a Vice-presidente do PSD.

Maria Luís Albuquerque também abordou temas como  a Caixa Geral de Depósitos (CGD) ou como a política económica do atual executivo.

Em relação à CGD, a Vice-presidente do PSD definiu como "lamentável" a situação em torno da nova administração do banco: "Acho que este processo teve muito de humilhante para o país e para a instituição", realçou, abordando os 'chumbos' do BCE a alguns dos nomes propostos e a obrigatoriedade de alguns outros terem de ter formação específica na área da banca e finanças.

Sobre o plano de reestruturação da CGD, Maria Luís Albuquerque disse que ainda não se sabe o preço total da operação.

“Não sabemos o preço. Sabemos o valor global, mas não sabemos verdadeiramente o preço. Quantas pessoas vão sair? Quantos balcões vão fechar? Que negócio internacional vai ser alienado? O que é que a Caixa pode ou não fazer?”.

Já no que refere ao atual Governo e ao Orçamento do Estado (OE) para 2017, Maria Luís Albuquerque sublinhou que atual governo, nos dez meses em que está no poder, está a “desfazer” o que o anterior governo fez.

A responsabilidade do futuro Orçamento, portanto, é de "quem decidiu criar outra solução de governação" que não a proporcionada por PSD e CDS-PP e chumbada no parlamento, argumentou.

Assista aqui à entrevista na íntegra.