“O Governo está a travar às quatro rodas a despesa para apresentar boas contas"

26 de setembro de 2016
PSD

Esta segunda-feira, 26 de setembro, Pedro Passos Coelho visitou o Centro de Inovação Empresarial de Santarém, e disse que “aparentemente as boas contas” que o Governo tem apresentado resultam do facto de estar “a travar às quatro rodas” a despesa que tinha programado.

No que diz respeito aos dados dados hoje divulgados pelo Ministério das Finanças, o presidente do PSD afirmou que o que se viu dos primeiros sete meses do ano “não augura nada de bom”.

“São resultados que estão abaixo daquilo que o Governo tinha entendido como sendo as metas que estabeleceu para este ano. Claramente abaixo. Isso verificou-se no mês de julho já com a receita fiscal. Julgo que em agosto se terá intensificado, que a receita terá tido um desempenho ainda pior do que o que teve até julho e, no essencial, aquilo que são aparentemente as boas contas que vêm sendo apresentadas resultam do facto de o Governo estar a travar às quatro rodas aquilo que era a despesa que ele próprio tinha programado, nomeadamente em termos de investimento publico e de aquisição de bens e serviços”, declarou.

Pedro Passos Coelho afirmou que “o Estado não está a realizar os contratos que se comprometeu a realizar, seja na compra de equipamentos, seja no investimento público”, alertando que deixar para a segunda metade do ano despesas que ainda não ocorreram trará “riscos orçamentais maiores”, sem que se saiba “que margens o Governo terá para fazer face a esses riscos e ainda assim cumprir as metas”.

“São, no dizer de todas as entidades que se têm pronunciado sobre esta matéria, riscos elevados, com pressões muito elevadas, que tiram um bocadinho de credibilidade às metas que estão fixadas. A mim parece-me que, ao contrário do que o Governo tem dito, não haverá condições para [o défice] ficar confortavelmente abaixo de 2,5%. Eu acho que se pode dizer que ficaremos confortavelmente acima disso”, acrescentou.
    
O Líder do PSD salientou que cumprir as metas que estão estabelecidas “é uma questão de credibilidade para o país”. Acrescentado que atualmente “o que nós vamos vendo é as dificuldades que o Estado tem tido em ter essas contas controladas”.