“O atual Governo está a revelar o seu falhanço”

4 de outubro de 2016
PSD

Esta terça-feira, 4 de outubro, Pedro Passos Coelho, em entrevista à SIC, justificou a sua permanência na liderança do partido pela “obrigação moral” de representar os que votaram em si, nas legislativas de 2015.

“Sinto que tenho moralmente a obrigação de representar os que votaram em mim e não se sentem representados neste Governo e até se sentem ameaçados por este Governo”, afirmou Pedro Passos Coelho, em entrevista à SIC, lembrando que nas legislativas de há um ano se verificou uma circunstância inédita – o partido que venceu as eleições não estar a governar.

Durante a entrevista com a Jornalista Clara de Sousa, o Líder do PSD foi questionado sobre se acredita ter condições de voltar a ser primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho respondeu afirmativamente: “Não só há condições, como acho que é necessário para o país ter uma alternativa séria”.

“Não governei a olhar para as sondagens e não estou na oposição a olhar para as sondagens, esse é o perfil do Governo, não é o meu perfil”, declarou Pedro Passos Coelho.

Sobre as eleições autárquicas do próximo ano, Pedro Passos Coelho reiterou que o PSD está dentro dos prazos que aprovou para a apresentação de candidatos – “até final do ano para um primeiro lote de candidaturas e até março/abril para fechar este processo”.

“Não tenho que ser consultado sobre essa matéria, Deus me livre de me estar a pronunciar sobre matérias como essas pelo país inteiro”, disse.

Em matéria económica, o líder do PSD apontou que com este governo “ o país está a perder competitividade, não atrai investimento externo e não está a crescer o que devia”

“Para mim é muito claro que o tempo que estamos a viver é um tempo que está a ser desperdiçado”, disse, considerando que o modelo económico do executivo “está a revelar o seu falhanço”.

Dizendo não querer “sequer acreditar” que a questão de um novo resgate se venha a colocar, Pedro Passos Coelho considerou que só a possibilidade de esse tema ser falado externamente “é um susto” e não deveria ser ignorada pelas autoridades portuguesas.

Pedro Passos Coelho apontou para o desvio de 1.300 milhões de euros na receita até agosto, “quase 0,7% do PIB” em relação ao previsto.

“O Governo está a empurrar com a barriga a atividade normal do Estado, o Estado pode decidir não gastar mas não pode decidir não gastar eternamente”, alertou.

Sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano, que deverá ser entregue no parlamento a 14 de outubro, o líder do PSD disse que a responsabilidade desse documento é do Governo e considerou que, se a opção for a de elevar a carga fiscal indireta, será “um mau caminho”, salientando que este foi o caminho do anterior executivo, liderado por José Sócrates.

“Nessa altura estava o Governo exatamente como está hoje, a aumentar impostos aflito para cumprir as metas do défice”, disse.

O Líder do PSD acrescenta ainda que se o atual Governo “não mudar a sua estratégia, se não mudar os acordos que fez com a esquerda, os resultados vão ser os mesmos daqueles por que já passámos”.

Salientou ainda que “o país precisa de uma alternativa e deste governo não vai haver nenhuma reforma do país. Este governo só toma decisões fáceis”.

O Líder do PSD recorda que durante a sua legislatura o aumento de impostos foi uma situação de “emergência nacional”.

“A grande diferença é que nós na altura não tínhamos um tostão, agora parece que temos, só ouço falar em aumentos, restituições, parece que nos saiu o totoloto ou herdámos de um familiar abastado”, criticou.