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“O Governo não mudou nem de atitude nem de posição”. O líder da coligação lembra a herança socialista e destaca o caminho de recuperação económica que foi prosseguido nos últimos quatro anos. “Os portugueses hoje sabem que podem confiar no seu Estado Social porque se sacrificaram muito”.
“O nosso programa reflete a obediência e responsabilidade” para com os “sacríficos dos portugueses”, continua Passos, antes de dizer que “as oposições”, referindo-se a PS, Bloco e CDU, “foram derrotadas pelos factos” da recuperação económica e erraram em todas as previsões.
Da defesa, Passos parte para o ataque e critica a falta de “unidade” entre PS, Bloco de Esquerda e PCP. As oposições estão a tentar “reescrever o resultado eleitoral e a converter uma soma de derrotas numa maioria negativa”, maioria, essa, que Costa continua por explicar, diz Passos. “Foi penoso ouvir António Costa” a explicar ao país que nem sequer conseguiu um acordo que impeça que o seu Governo seja rejeitado na Assembleia.
“Parece-me evidente que António Costa não quis juntar-se à maioria europeia” porque preferiu aliar-se “a minorias que o têm combatido desde sempre” sem quaisquer “laços” que os unam “em matérias de fundo e de soberania”, insiste Passos. Para o primeiro-ministro, se os socialistas derrubarem o Governo fica provado que “o que move o PS não é senão o apetite pelo poder”.
Passos pergunta diretamente a António Costa por que razão foi tão fácil oferecer condições ao Bloco e PCP para chegar a um acordo tão frágil, como diz o primeiro-ministro, e não foi possível ao PS oferecer o “mínimo de condições a quem ganhou as eleições”?
“O que vimos até hoje não é uma maioria positiva. Esta maioria que derruba hoje o Governo está obrigada a suficiência parlamentar” para se transformar numa verdadeira maioria. Desde logo, tem obrigação de aprovar Orçamentos do Estado, programas de estabilidades, a avançar com a execução de reformas estruturais e de garantir cumprimento das regras europeias. O líder da coligação acredita que nada disto será possível e avisa: “Quem hoje votar pelo derrube de um Governo legítimo não terá legitimidade depois para reclamar sentido de responsabilidade e patriotismo”.
A terminar, Passos garante que, se for derrubado, vai “continuar a lutar pelo país” no Parlamento.