Ministro da Educação não esclarece razões da saída de ex-secretário de Estado

11 de maio de 2016
PSD

Depois de uma audição de hora e meia, o ministro da Educação saiu do parlamento sem esclarecer os deputados do PSD sobre as razões da saída do ex-secretário de Estado do Desporto e Juventude.

Os deputados PSD consideram que o problema não é a demissão do ex-governante mas o facto de ter dito no Facebook que saía por estar "em profundo desacordo com o ministro da Educação".

Para Tiago Brandão Rodrigues o processo de saída decorreu “com muita normalidade” e, como tal, não avançou com explicações mais concretas: “A minha política é de causas e não de casos”.

Os deputados da oposição não aceitaram esta a justificação do ministro e voltaram a questioná-lo sobre as razões que levaram à saída daquele elemento da sua equipa.

As razões apontadas por Wengorovius Meneses foram “muito diferentes do habitual e bastante graves”, acabando por causar uma “saída estrondosa”, sublinhou o deputado do PSD, Cristóvão Simão Ribeiro, lembrando que o normal é falar em “vida particular ou pessoal”.

“O que é que se passou de tão grave para o senhor secretário de Estado proferir declarações desta natureza?”, questionou o deputado social-democrata, partido que apresentou o requerimento potestativo para a presença do ministro.

No final, o deputado social-democrata Sérgio Azevedo tentou fazer um requerimento oral pedindo a audição do ex-secretário de Estado, mas o pedido foi recusado.

Em declarações aos jornalistas no final da audição, Cristóvão Simão Ribeiro considerou que os deputados de esquerda voltaram a “boicotar a ação fiscalizadora do parlamento”, tendo em conta a recusa em ouvir o ex-governante.

“O que assistimos foi a hora e meia de brincadeira perversa”, afirmou o deputado do PSD, que falou em “teatro parlamentar” onde o ministro respondeu “de forma bastante básica e limitou-se a um conjunto de graçolas”.

Durante a audição, o deputado Amadeu Albergaria, também do PSD, ainda tentou questionar o ministro sobre a polémica em torno dos contratos de associação estabelecidos com as escolas particulares e cooperativas, mas o pedido também foi recusado pela presidente da comissão.