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O PSD comparou hoje a "imprudência orçamental" do Governo ao comportamento de José Sócrates em 2009, considerando que, tal como nessa altura, a "fatura" das opções irrealistas do PS, BE e PCP será paga no futuro pelos portugueses. "À imprudência orçamental de hoje vai corresponder o plano B amanhã. O doutor António Costa faz hoje o que o engenheiro José Sócrates fez em 2009. Dá o que tem e o que não tem para, a seguir, cobrar em dobro o que deu antes", afirmou o Líder Parlamentar do PSD, Luís Montenegro, no encerramento da discussão do Orçamento do Estado para 2016.
Numa intervenção em que contrapôs a atitude responsável e coerente do PSD ao "chico-espertismo" e arrogância do primeiro-ministro, Luís Montenegro sublinhou ainda a "inevitabilidade de um plano B", considerando que o documento que será hoje aprovado "é apenas mais uma das inúmeras versões do Orçamento". "Hoje, como em 2009, apresenta o folheto eleitoral. Amanhã, como em 2010, apresentará as faturas", vincou o líder da bancada do PSD.
Falando num Orçamento que "é socialista, é bloquista e é comunista", Luís Montenegro reiterou a discordância do seu partido à estratégia política e económica do Governo, mas recusou tratar-se de "uma posição de birra" dos sociais-democratas pela forma como o atual executivo foi constituído. "Nós estamos contra este orçamento por razões substantivas. Porque ele é mesmo um mau orçamento para o país", assegurou, recusando os "impropérios" que deputados socialistas dirigiram ao PSD durante o debate do OE para 2016.
Luís Montenegro fez ainda referência à divergência que opôs o PS e os seus "parceiros" no que toca aos compromissos com a Grécia e a Turquia, lembrando como António Costa "aflito e até irritado clamou pela responsabilidade do PSD". "Como que dizendo ao país que a sua maioria é só para a mercearia, não é para as questões de Estado. E ainda quis dizer que o PSD era incoerente e BE e PCP eram o ícone da coerência", disse, recordando as promessas de "maioria sólida, consistente e duradoura".
"Se há quem chame habilidade a estas artimanhas socialistas do PS, que se valeram da seriedade, da coerência e da boa-fé do PSD, nós chamamos-lhe o que isso é de facto: chico-espertismo. Um chico-espertismo que é tão arrogante como saloio", acusou, contrapondo o PSD como "um partido livre, sério e coerente" e que decide "sempre em função do interesse nacional".
Voltando a classificar como "revanchista" a atitude do Governo de "desfazer tudo a qualquer preço", o líder da bancada do PSD insistiu que a opção socialista, bloquista e comunista, "já testada no passado", é "um presente envenenado aos portugueses".
"Este entendimento revanchista é o caminho para desfazer reformas e para desperdiçar sacrifícios", salientou, reiterando que o OE para 2016 é "uma oportunidade perdida", porque insiste "num modelo económico falido e numa opção que os portugueses rejeitaram quando votaram".