"Esta decisão deixa-me particularmente feliz. Creio que ficamos em óptimas mãos"

27 de junho de 2014
PSD

Sublinhando que o antigo
primeiro-ministro luxemburguês é "um líder político experiente",
"com um profundo conhecimento da Europa", "fortes preocupações
sociais" e, "também, e o que não é pouco, um verdadeiro amigo de
Portugal", Passos Coelho disse acreditar que Juncker consiga agora obter
uma maioria confortável na votação a ter lugar no Parlamento Europeu, em meados
de julho.

Referindo-se ao facto de o Reino
Unido ter forçado uma votação , Passos Coelho disse encarar tal "com muita
naturalidade", embora não seja de facto habitual, e salientou que o
político luxemburguês "conseguiu um apoio praticamente consensual da parte
dos Estados-membros".

"E creio que conseguirá
reunir o mesmo apoio do Parlamento Europeu".

Questionado sobre o facto de
Juncker ter sido durante largos anos presidente do Eurogrupo, e estar à frente
do fórum de ministros das Finanças da zona euro quando Portugal pediu
assistência financeira, Passos Coelho considerou que essa é também, à partida,
uma vantagem para Portugal, pois o futuro presidente do executivo conhece bem a
realidade do país.

"Não tenho dúvidas que ele
conhece bem Portugal e que, em função disso, não deixará, como futuro
presidente da Comissão, de utilizar esse conhecimento não para discriminar
positivamente Portugal, mas, seguramente, não discriminar negativamente
Portugal".

"É sempre útil ter alguém
que conhece bem a realidade europeia e, nomeadamente, Portugal", Passos
Coelho apontou que, no quadro do programa de assistência, entretanto concluído,
Portugal ainda tem muitas tarefas pela frente que exigirão uma "interação
importante com a Comissão Europeia".

"Julgo que, nessa medida, o
facto de termos em Jean-Claude Juncker uma pessoa que não só é amigo de
Portugal, como conhece bem a realidade portuguesa, pode ser uma vantagem,
evidentemente".

Passos Coelho não espera todavia
privilégios na atribuição de pastas de comissários, pois, admitiu, ao
constituir o seu colégio, Juncker terá que atender também às pretensões
"de todos os outros 27" Estados-membros, e o equilíbrio entre pastas
e figuras que lhe serão apresentadas pelas capitais "não é um exercício
fácil de fazer".