Declaração à Imprensa de Marco António Costa

20 de março de 2014
PSD

[Só faz fé versão lida]

«A vida política portuguesa tem ficado marcada por uma
oposição cerrada e permanente do principal partido da oposição à política
económica e financeira seguida pelo Governo.

De forma sistemática, o Partido Socialista tem contestado
veemente a política de contenção salarial e de prestações sociais do Governo,
criticando-a e dando a entender aos portugueses que a inverterá imediatamente,
mal seja Governo.

No entanto, quando ontem, no Programa da SIC Notícias,
Negócios da Semana, o jornalista José Gomes Ferreira perguntou ao dirigente
socialista Óscar Gaspar, "o PS, se e quando for Governo, vai ou não vai
manter o nível de pagamentos de salários, de pensões e de prestações sociais
exactamente igual, ou fazê-lo voltar ao nível exactamente igual ao que era
antes da intervenção do Programa de Assistência. Sim ou não?”, vimos e
ouvimos  o porta-voz para a economia do
Secretário-Geral do PS responder: "Num primeiro momento, no momento em que
entrarmos no Governo, a resposta séria é não”, para logo a seguir acrescentar,
“as contas públicas portuguesas, infelizmente, não o permitem."

É da máxima importância que o PS clarifique se subscreve
estas declarações de Óscar Gaspar ou se mantém a posição populista que tem
revelado sobre as contas públicas, consubstanciado na contestação sistemática
às medidas tomadas pelo Governo, inclusive pedindo a sua inconstitucionalidade.

É verdade que o Secretário-geral do PS afirma querer
respeitar o pacto orçamental mas também é verdade que nunca se compromete com
metas objectivas para a despesa primária do Estado, ou seja, é a política do
faz de conta, faz de conta que quer rigor mas não diz como.

É hora do PS ser claro. É hora do PS abandonar a
ambiguidade.

Temos de lhe exigir essa clarificação. Sem rodeios. Sem se
refugiar atrás de expressões vagas e ambíguas.

Temos de exigir uma resposta clara»