Declaração à Imprensa de Marco António Costa

18 de março de 2014
PSD

[Só faz fé versão lida]

«O PSD manifesta profunda
preocupação pela intransigência demonstrada pelo Partido Socialista na reunião
de ontem com o Primeiro-Ministro, nomeadamente no que diz respeito à sua recusa
em trabalhar na procura de um compromisso concreto e efectivo em matéria de
estratégia orçamental, económica e social para o período pós-troika.

Com esta atitude, o PS parece
querer auto-excluir-se do dever de cooperar politicamente na construção do novo
ciclo que brevemente se abrirá em Portugal.

O PSD entende que em democracia e
em política não existem divergências insanáveis quando está em causa o
interesse nacional.

Após dois anos e meio de grandes
sacrifícios, o País conhece hoje sinais encorajadores para o nosso futuro
colectivo.

Exemplo disto é a actual situação
de controlo das contas públicas, os sólidos indicadores de crescimento da nossa
economia, após vários trimestres em que a produção industrial e as exportações
se assumiram como motores desse crescimento e ainda a descida do desemprego e o
crescimento do emprego.

Estes resultados positivos do
trabalho levado a cabo pelos Portugueses, deveriam, na nossa opinião, encorajar
o maior partido da oposição a assumir-se como um aliado do rumo de
sustentabilidade que Portugal trilha.

O PSD lamenta esta nova recusa do
PS para compromissos duradouros que sirvam o interesse nacional.

Notamos, aliás, que esta atitude
foi precedida por declarações públicas de dirigentes do Partido Socialista que
se nos afiguram marcadas por um espírito de radicalismo pouco compatível com as
responsabilidades históricas do PS.

Lamentamos esta posição de
divergência dita insanável pela parte do PS, que não serve o interesse nacional
e o bem-estar dos Portugueses. Agora que estamos a sair, com sucesso, de um
ciclo difícil e que se abre um novo ciclo, é muito importante que os partidos e
os parceiros sociais assumam um papel activo nos contributos que possam aportar
para essa nova etapa da nossa vida colectiva.

Esta posição do PS acontece numa
ocasião em que Portugal recebe o apoio do Governo alemão que se manifesta
disponível para fazer tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar a dar
continuidade ao processo de recuperação da economia e do emprego em Portugal.

O PSD continuará a cultivar e a
incentivar um ambiente de concertação e diálogo político, institucional e
social reafirmando que o consenso e o compromisso quanto aos desafios que o
País tem de enfrentar são uma evidente necessidade para o País e uma exigência
dos cidadãos, dos agentes económicos e das empresas, a que os responsáveis
políticos têm de ser capazes de dar resposta positiva.

Nessa medida, e porque não nos
movemos por tacticismos eleitorais, não deixaremos de apelar à construção de
consensos.

Usando uma imagem clara: o PSD
terá sempre as portas abertas ao diálogo».