BES: Pedro Passos Coelho diz que solução é a que melhor defende os contribuintes

4 de agosto de 2014
PSD

O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, considerou hoje
que a solução anunciada pelo Banco de Portugal para resolver os problemas no
Banco Espírito Santo (BES) é a que “melhor defende os contribuintes”, frisando
que foi recebida “favoravelmente” pelo mercado.

O que é essencial hoje é passar uma mensagem de
tranquilidade quanto à solução que foi adotada. Ela respeita o quadro legal e
portanto o Governo não deixou de a apoiar. E, em segundo lugar, é aquela que
oferece, seguramente, maiores garantias de que os contribuintes portugueses não
serão chamados a suportar as perdas que, neste caso, respeitam pelo menos a má
gestão que foi exercida pelo BES
”, afirmou o governante.

O primeiro-ministro frisou que a solução deixa o Governo e o
supervisor “tranquilos quanto à estabilidade do sistema financeiro, que é
importante assegurar”, porque a criação de um Novo Banco sem a parte das perdas
é, “dentro do quadro legal em vigor, aquela que melhor defende os
contribuintes, defende também os depositantes, bem como as empresas que
trabalhavam com o BES”.

Nós, o que no passado tivemos e que não deveria voltar a
repetir-se e não vai voltar a repetir-se, é serem os contribuintes a serem
chamados à responsabilidade por problemas que não foram criados pelos
contribuintes, por isso é natural que sejam os acionistas e a dívida
subordinada, nos termos da nova legislação, a responsabilizarem-se pelas perdas
que venham a ocorrer
”, defendeu ainda Passos Coelho.

O chefe de Governo Problemas remeteu para a ministra das
Finanças, Maria Luís Albuquerque, mais esclarecimentos sobre um eventual
impacto negativo no défice da futura venda do Novo Banco, para o qual Passos
Coelho acredita haver interessados.

“Não tenho nenhuma razão para pensar que haverá uma
dificuldade maior na venda do novo banco. Em primeiro lugar, já existia
interesse de outros bancos europeus pelo BES, o que significa que esse
interesse com certeza aumentará, porque tudo o que era problemático, digamos
assim, ou menos transparente, ficará do lado de um ‘bad bank’ [mau banco], e
portanto não estará inserido neste novo banco que será colocado à venda”,
precisou.

O primeiro-ministro destacou ainda a reação do mercado
financeiro à decisão do Banco de Portugal, que até às 12:00, hora a que falou
com os jornalistas, era “favorável” e “não penalizou nem os juros da dívida
pública nem a cotação dos principais bancos que estão cotados [em bolsa]”,

“O que significa, portanto, que até ver esta solução que foi
anunciada foi tomada pelo mercado como uma solução tranquila, que garante que a
dívida pública não será afetada por esta operação. Saber depois se pode haver
ou não em termos de défice algum reflexo, a senhora ministra das Finanças irá
divulgar isso”, acrescentou.