“Sem investimento não há emprego”

24 de janeiro de 2017
PSD

O Presidente do PSD foi o convidado do colóquio “(re)Partidos", uma iniciativa promovida pelo Conselho Nacional da Juventude (CNJ), hoje, terça-feira. Pedro Passos Coelho fez um diagnóstico da realidade, alertando, uma vez mais, para a importância decisiva do investimento. “Sem investimento não há emprego e há muito investimento que não traz emprego. É preciso apostar no investimento que possa fazer a diferenciação e trazer o melhor rendimento associado a esse emprego”, referiu o líder do PSD.
A alavanca fundamental para o crescimento da economia é o investimento. Desde que o Governo socialista tomou posse, o investimento tem estado em queda livre. 
Passos Coelho recorda, a esse propósito, que são as empresas e os investidores que criam “dinâmica de investimento”. E tanto as empresas como os investidores só apostam no crescimento quando existe confiança. 
O líder do PSD defende que os políticos devem ser responsáveis e “não dourar a pílula” sobre a situação económica portuguesa, sob pena de se repetirem “histórias complicadas” que Portugal viveu num passado recente. “Julgo que os portugueses não perdoariam se os políticos não tivessem maturidade suficiente para lhes pouparem histórias tão complicadas por aquelas que passámos no passado recente”, destacou.
Comentando o problema da elevada dívida portuguesa, Passos Coelho sublinhou que a capacidade de o país ir buscar dinheiro ao mercado, no passado “muito barato”, revelou-se “uma armadilha muito grande”, de que hoje é difícil sair “de forma indolor”.
“Desconfiem quando aparecer alguém a dizer que tem uma ótima solução, que não custa a ninguém porque isso é uma espécie de milagre”, afirmou.
Admitindo que os portugueses podem estar cansados de ouvir falar destes problemas, depois de vários anos de crise, Pedro Passos Coelho considerou, contudo, que seria “um erro trágico” pensar que esse problema não existe. 
“Isso exige que os políticos tenham responsabilidade, não andem a maçar as pessoas desnecessariamente, mas não andem a dourar tanto a pílula que as pessoas pensem que o céu continua a ser o limite”, alertou, considerando inviável em Portugal um modelo económico em que os depósitos e a poupança baixem e o consumo continue a aumentar.
“Esse é um modelo falido – se insistirmos nele daremos razões às pessoas para se maçarem outra vez com coisas que não gostaríamos que acontecessem”, disse.
Ainda assim, considerou, o problema da dívida portuguesa, sendo pesado, “não é insustentável”: “Eu diria que é tão mais insustentável quanto mais crescerem as vozes a achar que é muito mais fácil não pagar do que pagá-la”, apontou.
O líder do PSD comentou os principais desafios que emergem no plano internacional, advertindo que o ensaio de políticas protecionistas e nacionalistas constituem uma ameaça para o mundo. O PSD rejeita o regresso a esses tempos, pelo que cabe aos estados reafirmar os valores e princípios social-democratas. 
O Conselho Nacional de Juventude promove o diálogo entre as organizações juvenis (culturais, ambientais, escutistas, partidárias, estudantis, sindicalistas e confessionais). Foi criado em 1985 e goza de estatuto jurídico aprovado pela Assembleia da República.