Rui Rio defende nova militância para fortalecer a democracia

12 de setembro de 2018
PSD

Rui Rio considera que os partidos estão “profundamente descredibilizados” perante a opinião pública e a solução passa por alterar a forma de militância sob o risco de o descrédito ser “ainda maior”. “Os partidos estão profundamente descredibilizados perante a opinião pública (…). Acho que ela tem razão e não sabe muito bem como as coisas se passam, se soubesse ainda teria pior [opinião], temos de ter consciência disso”, afirmou o Presidente do PSD, no encerramento da apresentação do Conselho Estratégico Nacional (CEN), esta terça-feira, na Maia.
Rui Rio adverte que os partidos têm de mudar a forma de militância ou “a cada ano o descrédito” será maior. “Temos de ter a criatividade de encontrar novas formas de militância e novas formas de participação na política”, frisou.
Rui Rio apontou, uma vez mais, as vantagens da criação do Conselho Estratégico Nacional (CEN), cujo objetivo assenta na elaboração de um programa eleitoral e na criação de uma militância diferente no PSD. O CEN é um órgão consultivo e de aconselhamento nas questões nacionais, constituído no início do mandato de Rui Rio como líder do PSD. Rui Rio explicou que o CEN tem duas vertentes: uma que assenta na elaboração do programa eleitoral do partido e outra relacionada com a criação de um novo espaço de militância “com uma nobreza diferente” e onde os cidadãos podem militar em razão dos temas de que mais gostam. “Se isto funcionar os outros [partidos] vão ter de copiar, não tem outro remédio”, considerou.
O Presidente do PSD explicou que o CEN permite que qualquer militante, simpatizante ou independente dê informações e ideias em diferentes áreas de intervenção. O CEN é “absolutamente vital” para se conseguir um novo PSD, adiantou, explicando que um “novo partido não é outro PSD”, mas sim um partido adaptado à nova sociedade.
Também o vice-presidente do PSD e coordenador nacional do CEN, David Justino, sustenta que “todas as contribuições” são fundamentais para o partido, apontando que as soluções tanto podem vir do Norte como do Sul do país ou das regiões autónomas.  O ex-ministro da Educação vincou que o PSD está mobilizado, sendo o CEN um órgão que agrega grupos de trabalho que trabalham para “ganhar as três eleições”.

Eleições autárquicas são “importantíssimas” reforçar a implantação do PSD

Rui Rio aproveitou esta sessão para sublinhar que as próximas eleições autárquicas são “importantíssimas” para a “real implantação estrutural do partido” no terreno, lembrando que desde 2005 o PSD tem “vindo a cair” nestas eleições.
De acordo com Rui Rio, o PSD estará, a partir de agora, “ativo concelho a concelho” no que concerne à atividade autárquica, particularmente onde é oposição. “Passou-se um ano desde as últimas eleições autárquicas, portanto, faltam três anos para as próximas, não é grave que durante o primeiro ano as coisas não tenham grande dinâmica, mas já é grave se, a partir de agora, o partido não estiver ativo concelho a concelho”, frisou.
Neste sentido, Rui Rio pediu às distritais e às concelhias para traçarem uma “estratégia de acompanhamento” da atividade municipal porque o PSD "tem vindo sempre a cair" nas autárquicas desde 2005 até 2017.
As eleições autárquicas são a “verdadeira implantação do partido no terreno”, frisou o ex-autarca da Câmara Municipal do Porto, e ressalvou que se o PSD estiver “fortemente implantado” nas câmaras e juntas de freguesia está “onde é mais importante” estar. Por isso, o líder do PSD vincou que “tudo aquilo que o partido foi perdendo”, ao longo destes anos, vai ter agora de o recuperar. 
Na sua opinião, o acompanhamento da atividade municipal é o que permite ao PSD ter “a aspiração” de chegar a 2021 com mais câmaras do que as que atualmente tem. “Se continuarmos a fazer como fizemos muitas vezes, de não ligarmos às coisas, será muito difícil”, disse.
Além das eleições autárquicas, Rui Rio mostrou ainda a ambição de conquistar as europeias e legislativas. O líder do PSD conta com todos, militantes e simpatizantes, para mobilizar o país para os desafios eleitorais de 2019.