PSD acusa Governo de perseguir “parte da escola pública por capricho ideológico”

8 de junho de 2017
PSD

O PSD iniciou hoje uma ronda de contactos com agentes do setor educativo para fazer a avaliação deste ano letivo e projetar o próximo

O PSD tem feito perguntas sobre os cortes nos contratos de associação mas o Governo não responde

 

Esta quinta-feira, 8 de junho, o PSD acusou o Governo de “por capricho ideológico", manter uma "atitude persecutória" a "uma parte da escola pública" pelos cortes nos contratos de associação.

“Aquilo que avaliamos é que, por caprichos ideológicos, uma visão persecutória e uma atitude que não teve por base qualquer estudo sério, está a haver uma atitude persecutória a uma parte da escola pública", acusou o vice-presidente do PSD, Marco António Costa, no final de um encontro com a AEEP (Associação de Escolas do Ensino Particular e Cooperativo).

A AEPP "foi a primeira associação porque houve um conjunto de decisões inesperadas no início deste ano letivo com grande impacto que deixou e deixará no próximo ano letivo cerca de 16.000 famílias com a vida virada do avesso, cerca de 2.000 profissionais no desemprego", lamentou Marco António Costa.

Em declarações à Lusa, o vice-presidente do PSD sublinhou que, "na esmagadora maioria dos casos, a nível local, os partidos que suportam o governo reconhecem que são decisões iníquas e que não serviram seguramente as populações".

"O senhor primeiro-ministro, em várias ocasiões, proferiu afirmações públicas de que encontraria soluções alternativas ao problema que estava a ser criado a estas instituições", afirmou, lembrando que estes colégios funcionam, a nível local, como grandes empregadores.

Segundo Marco António Costa, até hoje essas soluções "não aconteceram". "É muito comum ouvirmos dizer que palavra dada é palavra honrada, aqui a palavra dada não foi honrada pelo Ministério de Educação, nem pelo Governo". Aponta ainda que as crianças são as principais prejudicadas. "Muitas crianças que tinham aulas perto de casa, em instalações confortáveis, foram obrigadas a fazer percursos longuíssimos para escolas que não estavam preparadas para as receber.”

O PSD tem utilizado os instrumentos parlamentares para fazer perguntas sobre o assunto, mas sem sucesso, apontando que o Governo ou não responde às questões da oposição - quer escritas, quer nos debates quinzenais - ou fá-lo de forma tardia e incompleta. "Há da parte deste Governo uma falta de respeito democrático pela oposição", acusou Marco António Costa.