Pedro Passos Coelho: “Um Governo que vive para o imediatismo, o populismo e o facilitismo”

20 de novembro de 2017
PSD

 

O exercício da política “em abstrato” é o espelho das escolhas do atual Governo e partidos que o suportam: guiadas pelo facilitismo; sem um rumo, uma estratégia para o País. No encontro das Mulheres Social-Democratas, o presidente do PSD referiu a importância do combate às desigualdades de género, com opções que premeiem o mérito e a qualidade

 

É muito importante, e para citar o primeiro-ministro, que não fiquemos no exercício abstrato, e que olhemos para a política real”, afirmou Pedro Passos Coelho, no passado sábado, em Lisboa, durante o 3.º encontro nacional das Mulheres Social-Democratas (MSD). “Ao sairmos do abstrato”, diz o líder do PSD, com ironia, referindo-se a uma expressão de Costa sem significado concreto, “conclui-se que o Governo só decide de arrasto e sob pressão, em função das circunstâncias, de cada dia, de cada semana e de cada mês. Não tem um rumo para o País, não tem uma ideia estratégica e não tem um projeto para Portugal”, denunciou.

Depois de destacar que a economia recupera a um ritmo mais intenso e com o desemprego a descer – o que sucede desde 2013 - o presidente do PSD chamou a atenção para “o facto de o processo de ajustamento precisar de prosseguir. Ainda temos muito para fazer na relação com o exterior. E só o podemos fazer atraindo investimento e qualificações, num clima de confiança. Isso hoje está numa camada muito à superfície da nossa realidade. E nós, que temos a experiência do que aconteceu ao longo dos últimos 15 anos, temos de ver além do dia-a-dia e de cada ano que passa”.

O crescimento da economia deve-se, sobretudo, às reformas estruturais levadas a cabo pelo governo PSD/CDS-PP e à atual conjuntura externa favorável. Mas “nem as nossas reformas durarão para sempre, nem a conjuntura é eterna. E temos de nos lembrar que um dia as taxas de juro podem evoluir de outra maneira e esse dia não é demasiado distante. Sabemos que não é possível prosseguir eternamente a política de dinheiro barato que o BCE garante”, alertou Pedro Passos Coelho.

E o Governo deve ter esta realidade em conta, pois “se temos um Governo que vive para o presente, então teremos um futuro mais curto e menos próspero do que se trabalhássemos para ele. Os anos de geringonça vão-se sucedendo, e pouco se faz além de responder ao facilitismo, imediatismo e populismo.”

 

Medidas social-democratas contribuíram para diminuir as desigualdades entre homens e mulheres

No jantar de encerramento do encontro das Mulheres Social-Democratas, Pedro Passos Coelho salientou o trabalho que o PSD tem vindo a fazer na diminuição das desigualdades.

Para este caminho, Pedro Passos Coelho salientou a importância de “fazer com que os órgãos internos do PSD possam ter maior participação de mulheres. Entendo que isso, dentro da linha de prioridade, é até mais relevante”, afirma. “Precisamos de promover a participação das mulheres nos órgãos internos do PSD, independentemente das MSD. Isso passa por alterações estatutárias que espero que possam vir a ser introduzidas” no próximo Congresso, que se realiza de 16 a 18 de fevereiro, em Lisboa.

Relembrando o que o PSD fez para diminuir a desigualdade entre homens e mulheres, o líder social-democrata salientou que, no Governo, o PSD “deixou um lastro importante que não deveria ser esquecido, até porque não creio que tenha sido objeto tão forte e marcante por parte de outros governos. Obtivemos resultados importantes no combate às desigualdades, sobretudo as que envolvem a natureza economia e salarial”. 

Apesar de hoje persistirem desigualdades, foi muito importante o entendimento que o PSD conseguiu dentro da economia, tendo ao mesmo tempo procurado dar o exemplo dentro das estruturas públicas, promovendo ações para que um terço das administrações nomeadas tivessem mulheres.

Demos também o exemplo na nomeação, pela primeira vez, de mulheres para cargos importantes. Foi assim com a primeira mulher Presidente da Assembleia da República e primeira mulher Procuradora-Geral da República. E, agora na oposição, partiu de nós a proposta da eleição da primeira Provedora de Justiça em Portugal”, relembrou o social-democrata.

É muito importante, por isso, continuar a “conciliar a necessidade de ter mais mulheres na política e em cargos públicos, a ascender de forma mais natural, mas também que possamos fazer escolhas que privilegiam o mérito e qualidade.”