Pedro Passos Coelho afirma que criação de emprego deveria ser maior

30 de abril de 2016
PSD

O Presidente do PSD revelou hoje que o ritmo de desaceleração na criação de emprego tem sido preocupante, afirmando que de novembro de 2015 a fevereiro de 2016 se destruíram em Portugal mais de 20 000 empregos. “Não só temos verificado uma taxa de desemprego estabilizada, como os dados da criação de empego não são entusiasmantes. Porque é que o desemprego deixou de cair e porque é que se destruiu tanto emprego nos últimos quatro meses?”, questionou.

Pedro Passos Coelho falava num jantar comemorativo do 1º de maio, organizado pelos Trabalhadores Social Democratas, em Viseu, e chamou a atenção para a importância simbólica da data. “Havia condições para que o 1º de maio fosse celebrado com confiança e esperança. Tínhamos tudo para pensar que 2016 seria um ano de crescimento, mas não creio que haja essa razão de celebração. Olho até com alguma preocupação. Se olharmos para os sinais, muitos não são positivos. A execução orçamental mostrou que a evolução da receita está muito longe daquilo que estava previsto”, afirmou o líder social-democrata.

Sobre a confiança dos consumidores, o Presidente do PSD afirmou que esta tem vindo a decrescer, em parte por causa do exercício de governação. Pedro Passos Coelho acusou o Governo de pouco estar a fazer para aumentar os níveis de confiança. Muito pelo contrário. “Assistimos a um exercício de governação que alguns caracterizam como muito habilidoso. Cada vez que ouço os membros do Governo explicar o Programa de Estabilidade só os ouço dizer o que não vai acontecer. Gastam imenso tempo a desfazer papões. Papões que ninguém criou, a não ser o próprio governo”, disse. “É difícil criar confiança quando não assumimos as políticas. No passado, tivemos de tomar medidas difíceis e dizíamos quais eram. Hoje em dia, quem ouve o Governo falar, fica com a convicção de que está tudo bem, mas para que tudo corra bem, nada está escrito. Podemos fazer perguntas, mas normalmente a maioria não responde.”

Na oposição, o Partido Social  Democrata não faz birras nem espera que o Governo se demita. Da parte do PSD, os portugueses podem esperar que se peça contas a esta maioria, apesar de eles não as prestarem. O líder social-democrata afirmou que “estar na oposição não nos impede de dizer o que faríamos pelo país, como fizemos agora no Programa Nacional de Reformas. Para nós, o país precisa de uma segunda vaga de reformas estruturais. Os partidos da extrema esquerda chumbaram tudo o que o PSD propôs, não se dignaram a discutir o assunto. O PS achou que ficava mal chumbar tudo, por isso absteve-se e aprovou umas quantas.” O Partido Social Democrata não está preso no passado e sempre teve a ambição de criar emprego e atrair investimento para Portugal. Uma ambição que não se vê na maioria.

Sobre a atual maioria, o Presidente do PSD afirmou que pouco se sabe sobre o que aí vem: “em que impostos o Governo vai mexer? Como é que podemos esperar investimento se o Governo não esclarece como vai tratar a receita e a despesa? Porque é que o Governo só mostra respeito pela concertação social nas matérias sobre as quais não lhe dá jeito pronunciar-se? É muito difícil gerar confiança neste ambiente. Isto é uma desmobilização para as pessoas e para a economia”.

Pedro Passos Coelho afirmou ainda que a solução para o crescimento não passa por arrastar os problemas. O modelo que esta maioria está a seguir não responde verdadeiramente aos problemas do país, traduz sim “um modelo social e económico que já provou estar errado e que hoje nos vai penalizar de uma forma mais gravosa do que no passado. A obrigação deste Governo era fazer com que as empresas de rating que ainda nos dão uma má qualificação nos considerem atrativas para o investimento e não lixo”.  O Presidente do PSD prosseguiu dizendo que “estamos a seguir um modelo errado. Vamos ter um novo resgate? Não. Não tem de ser assim. Mas se continuarmos neste modelo económico teremos uma morte lenta. Andaremos a crescer 1%, 1,5%  ou talvez 2%, com um desemprego elevado, e com as pessoas sem grande perspectiva de desenvolver o seu negócio porque o condicionamento social e económico se irá manter. Não foi para isso que trabalhámos. Não trabalhámos apenas para estar a tona de água. Temos o direito de ter uma economia mais forte, com emprego mais pujante e com maior segurança para as pensões dos idosos.”

Sobre o futuro, Pedro Passos Coelho espera que “em outubro ou novembro, quando discutirmos o Orçamento do Estado para 2017, que a maioria que nos governa assuma as responsabilidade pelas decisões que tomou até aqui, que nos fizeram perder emprego e ter os consumidores de pé atrás”. O líder social-democrata afirmou ainda que é importante não andar sempre em campanha eleitoral: “ O PSD não tem de deitar abaixo o Governo porque não é assim que a democracia funciona. Essa é a mentalidade desta maioria. Sempre quiseram deitar abaixo o nosso Governo, mas a nossa lógica não é essa”.

“ O país não é um brinquedo de políticos”, afirmou o Presidente do PSD, acrescentando que “quem governa tem de mostrar o que vale. Quando precisar de corrigir as decisões erradas para fazer crer que as pessoas podem viver na ilusão de ter mais do que o economia consente, a maioria tem de se mostrar adulta a aprovar as medidas necessárias”.

O Presidente do PSD terminou com uma mensagem para os TSD, dando-lhes motivação para seguir a ambição de querer fazer mais por Portugal. “Os trabalhadores já provaram que sabem enfrentar a realidade e vencer as dificuldades. Temos de retribuir o reformismo necessário para que as perspectivas melhorem para futuro. Tenho a certeza que os TSD têm essa ambição, porque são feitos da mesma massa do PSD, que sabem projectar a dignidade no futuro”, concluiu.