Ferrovia: Investimento é “estruturante”, mas faltam “indicações claras”

5 de março de 2018
PSD

 

Eleito pelo círculo de Évora, o social-democrata António Costa Silva destaca que o lançamento do concurso para a construção da ferrovia entre Évora e Elvas e o início da obra entre Elvas e Caia são importantes para o País. Alerta, contudo, que prevalece a incerteza no que respeita, por exemplo, às paragens dos comboios de mercadorias ou às expropriações

 

O projeto é importante, mas existem condicionalismos decisivos”, salientou o social-democrata António Costa Silva no dia em que foi lançado o concurso para a ligação ferroviária entre Évora e Elvas e em que se lançou, também, o concurso para a construção da linha ferroviária entre Évora e Caia. O deputado eleito pelo círculo de Évora referiu, assim, à newsletter do PSD que não existem “indicações claras” no que se refere, por exemplo, a paragens dos comboios de mercadorias ou a expropriações.

António Costa Silva afirmou que “não podem existir dúvidas” de que se trata de um “investimento importante e estruturante para a região e para o País”, que contribuirá para a promoção da competitividade da economia portuguesa. Denunciou, contudo, e referindo-se ao distrito que representa, que “em nenhum documento oficial são conhecidos os sítios onde o comboio de mercadorias vai parar”. Para o social-democrata, é essencial que os comboios, que venham a percorrer a linha ferroviária, “sirvam o território” e, por conseguinte, as empresas e populações.

Lembrou, a este propósito, um projeto de resolução apresentado em 2016 na Assembleia da República a recomendar ao Governo a adoção de medidas para assegurar a paragem de comboios de mercadorias no Alentejo [Évora, Vendas Novas e zona dos mármores (Estremoz, Borba e Vila Viçosa)]. Apesar de visar, por exemplo, a promoção da competitividade das empresas e, consecutivamente, da região, “esse projeto foi chumbado no verão de 2017 pelos partidos da geringonça”, explicou. “Curiosamente, a CDU anda a propor aquilo que defendíamos”, apontou, referindo ainda que o PSD propôs “esse mesmo texto” à Assembleia Municipal de Évora, tendo sido aí aprovado por unanimidade.

 

Proprietários desconhecem “plano do Governo para as expropriações

Hoje, no dia do anúncio pomposo da obra, os proprietários ainda não conhecem o plano do Governo para as expropriações”, alertou António Costa Silva, referindo-se à inexistência de informação sobre, por exemplo, quanto e quando os proprietários vão receber pela expropriação dos terrenos. “As pessoas não sabem com que regras vão trabalhar, estão fartas de enviar cartas à Infraestruturas de Portugal, não têm resposta ou, quando têm, são muito vagas”, continuou. Em dia dedicado ao círculo eleitoral pelo qual foi eleito, o social-democrata reforçou: “ainda hoje ouvi proprietários a queixarem-se desta situação, os donos das terras não conhecem aquilo a que têm direito”. Foi claro ao destacar que “a incerteza é muito grande”.

António Costa assinalou, ainda, que “a intenção de ligar Sines à Europa já vinha do Governo anterior”, estando previsto no Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas (PETI).