Executivo perdoa banca e “ganha dinheiro com o empréstimo à Madeira”

24 de julho de 2017
PSD

O Governo está a ganhar com os juros que cobra à Madeira, mas perdoa mais de 600 milhões de euros aos bancos. Foi na Festa do Chão da Lagoa que o líder do PSD lembrou o compromisso para a construção do novo hospital no Funchal.

 

Nós [PSD] fazemos falta ao País”, afirmou este domingo, Pedro Passos Coelho, em Chão da Lagoa. “Temos mostrado, ao longo dos anos, que se o País quer mesmo crescer, ter ambição, chegar longe, vencer os problemas e dar uma esperança aos mais jovens, então é connosco que vai ter de contar, porque nós não desistimos do nosso País, não deixaremos de lutar por um futuro melhor”, explicou.

O Presidente do PSD reconheceu o “trabalho extraordinário” desenvolvido pelo governo regional da Madeira que, segundo afirmou, contribuiu para o crescimento do emprego e da economia. Defendeu que “não há razão para que o Governo da República, reconhecendo esse bom trabalho, não ajude também a região autónoma a enfrentar os custos financeiros do empréstimo que recebeu”.

De acordo com Pedro Passos Coelho, “o que acontece hoje é que, infelizmente, temos na República um Governo que está mais preocupado em baixar as taxas de juro aos bancos do que em baixar as taxas de juro à Região Autónoma da Madeira”. Considerando ser “profundamente injusto”, lembrou que na “última semana se veio a comprovar” que o atual Executivo, “ao renegociar esses contratos com os bancos, o que fez foi pôr os cidadãos e os contribuintes a pagar mais de 600 milhões de euros que o Governo decidiu perdoar aos bancos”. Denunciou, por isso, que “o que se está a passar aqui é que o Estado português paga menos de juro pelo dinheiro que pediu emprestado ao Fundo Monetário Internacional e às instituições europeias, mas está a cobrar mais dinheiro à Região Autónoma da Madeira”. Tal como afirmou, “isso não está certo”.

O líder dos social-democratas disse ser “uma vergonha estar a perder dinheiro dos contribuintes, para arranjar soluções mais fáceis para a banca, quando na verdade o que o Governo está a fazer, em Lisboa, é a ganhar dinheiro com o empréstimo que fez à Região Autónoma da Madeira”. Neste sentido, reiterou que se devia exigir a indexação da “taxa de juro dos empréstimos que a Região Autónoma paga àquelas que a própria República paga”. Tal como alertou, “não há razão para que a República esteja a ganhar mais dinheiro com este empréstimo”.

 

Hospital do Funchal: PSD reitera compromisso assumido

Pedro Passos Coelho voltou a salientar que o “Governo está a falhar”, argumentando que “é sabido que todos os grandes partidos se comprometeram, relativamente à Madeira, com a construção do novo hospital do Funchal”. Lembrou que “já quase que levamos metade da legislatura cumprida e o Governo da República, que todos os dias diz que acabou a austeridade, não consegue cumprir com os seus compromissos, nem honrar as suas promessas”. Garantiu, por isso, que o PSD não se esquece “desse compromisso”, acrescentando que “não será por falta de apoio do PSD na Assembleia da República que o Governo de Portugal não há-de cumprir com a sua parte”. Segundo destacou, a população “da Região Autónoma da Madeira merece que se cumpra esse compromisso”.

Recordou, assim, que o Executivo “tem falhado no País naquilo que é essencial” e que o PSD se esforçou “no passado para vencer a crise e para lançar as reformas que permitiram ao País crescer”. Perguntou, por isso, quem é que atualmente “está a preparar o futuro?”. “Não é a geringonça e não é este Governo, porque só sabe viver das boas notícias e quando alguma coisa corre mal vira-se para a política de comunicação, foge às responsabilidades e não atua com liderança”, respondeu.

 

“PSD é o único partido verdadeiramente português que não se cansa de lutar pelos portugueses”

Sobre as afirmações do primeiro-ministro no que diz respeito aos lesados do BANIF, Pedro Passos Coelho questionou: “mas quem é que fez a resolução e quem é que criou aquele quadro de resolução senão o Governo chefiado pelo Dr. António Costa?”. Explicou que “quem está hoje no Governo, sempre que alguma coisa corre mal, ou atira culpas para o passado ou culpa o líder da oposição ou culpa quem vier a passar no caminho”.

Considerando a atual conjuntura, o líder dos social-democratas salientou: “o PSD é o único partido verdadeiramente português que não se cansa de lutar pelos portugueses”. Fez uma alusão a todos aqueles que “gostam de falar”, dizendo que hoje em dia “há tanta cigarra na política” que, contudo, se mostra incapaz de tomar decisões. Segundo disse, o PSD tem sido capaz de tomar decisões “e voltará a ser no futuro, com o vosso [dos portugueses] apoio, com o vosso empenho”.

 

O PSD é um “grande partido autárquico

Pedro Passos Coelho referiu-se, ainda, à “mobilização especial” com que se deparou na Madeira. “Estamos todos empenhados em poder eleger aqueles onze candidatos às câmaras municipais de toda a ilha da Madeira e de Porto Santo”, salientou, destacando que o PSD é um “grande partido autárquico, que serve as populações”. Reforçou a confiança dos autarcas que têm obra para mostrar, dizendo ter a certeza de que “vamos revalidar, com o voto a 1 de outubro, as responsabilidades maiores de governar esses municípios”. Acrescentou, ainda, que “há muitos outros concelhos em que temos melhores candidatos do que aqueles que têm vindo a exercer o poder e é, por isso, que vamos lutar, pela sua eleição”.

O Presidente do PSD assinalou, também, “o caminho que fizemos desde as últimas eleições regionais”, em que, segundo disse, “conseguimos fechar um ciclo político e abrir um outro com muita responsabilidade, mas também com muito sucesso para todos os madeirenses”. Tal como afirmou, “isso deve-se à liderança de Miguel Albuquerque”.