CGD: do vazio na administração à ausência de um plano de recapitalização

23 de janeiro de 2017
PSD

Falta de vergonha é andar anos a ser cúmplice” com um comportamento “irresponsável” na gestão da Caixa Geral de Depósitos. Foi graças à ação deliberada e inconsequente dos Executivos socialistas que governaram Portugal entre 2005 e 2011 que a CGD chegou a esta situação crítica: “O ministro das Finanças ainda, recentemente, voltou a dizer que o que se tinha passado nos últimos quatro anos na Caixa Geral de Depósitos era uma falta de vergonha. Pois bem, senhor ministro das Finanças, o que é uma falta de vergonha é andar anos a ser cúmplice – como foi o Governo que antecedeu o do PSD e o do CDS – com um comportamento do principal banco público irresponsável que obrigou nos últimos anos ao reconhecimento de mais de cinco mil milhões de imparidades por créditos que foram atribuídos, não durante a nossa gerência, mas durante a gerência anterior”, referiu Pedro Passos Coelho, na sessão de encerramento do XXII Congresso Regional PSD/Açores, domingo, em Rabo de Peixe, concelho da Ribeira Grande.
Passos Coelho considera por isso que “talvez o ministro das Finanças possa usar um bocadinho do seu discurso para dizer por que é que falta capital na Caixa”.
De facto, o País continua a desconhecer “qual é o plano de recapitalização e o plano de reestruturação” para a CGD. “Foi preciso o presidente que foi nomeado para a Caixa pelo próprio Governo zangar-se com o Governo para ir ao parlamento dizer o que era o plano. Até hoje ainda não se ouviu os responsáveis do Governo prestar ao parlamento a informação que todas as semanas, cirurgicamente, enviam para a comunicação social”, declarou o líder do PSD, lembrando que “para quem está hoje no Governo em Portugal a comunicação social merece mais respeito do que o parlamento”, o que “não é um bom princípio”.
Mas não deixa de ser significativo que, tendo o ministro tanta preocupação em chamar a atenção para o que se passou no passado, não consiga, ao cabo de um ano, resolver sequer o problema da administração do principal banco português”, sublinhou.
O desastre a que chegou a CGD, e que se traduz também no vazio do rumo e na ausência de uma administração no exercício de funções, têm como responsáveis diretos o atual Governo e o ministro das Finanças. “Mário Centeno não consegue, ao cabo de um ano, sequer resolver o problema da administração. Continuamos sem administração na CGD. Nunca se viu nada assim no nosso país”, denunciou Pedro Passos Coelho.