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Numa declaração política no Parlamento, esta quarta-feira, Emídio Guerreiro, deputado do PSD, retomou as críticas feitas por Rui Rio no debate quinzenal com o Primeiro-Ministro, sobre a intenção de o Governo em acabar com a retenção dos alunos até ao 9.º ano. “Como pode alguém que não sabe passar de ano?”, questionou o deputado.
Emídio Guerreiro denuncia o “primado do facilitismo” e defende uma cultura de exigência e de aquisição de conhecimentos e de competências como forma de preparar as gerações mais novas para o futuro. “Deixemo-nos de hipocrisias. Estamos a empurrar com a barriga para a frente, a enganar as famílias e os alunos que mais precisam de uma escola que os prepara para a vida profissional e a sonegar as oportunidades que precisam e merecem. (…) Com o fim das reprovações, o milagre das estatísticas do sucesso educativo português vai com certeza surpreender o mundo”, apontou.
O deputado considera que o Governo está, assim, a prejudicar as famílias mais desfavorecidas e a empurrar as famílias com mais posses para as escolas privadas. “Por isso, não venham com a história de que o fim administrativo das retenções será acompanhado de medidas pedagógicas. Como? Com que meios? Com quem? Com os professores existentes, inundados de burocracias e desmotivados por uma perseguição sistemática protagonizada por este Governo, com funcionários que não existem nas escolas? Quem tem posses, perante tudo isto, coloca os seus filhos na escola privada. Mas quem não tem? Fica à mercê do experimentalismo do Ministério da Educação”, referiu.
“O Governo quer uma escola onde se faz de conta que todos sabem e, como tal, todos passem, onde impere o facilitismo e não trabalho e o empenho”, acrescentou.
Emídio Guerreiro elogiou ainda o esforço dos professores e a necessidade de reforçar a autoridade “dentro da sala de aula”, bem como a dignificação da classe docente e a melhoria dos equipamentos escolares.
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