Socialistas estão numa "deriva eleitoralista"

20 de maio de 2015
PSD

No dia em que o PS apresentou o seu projeto de programa eleitoral, as críticas aos socialistas foram lançadas pelo líder parlamentar do PSD.

O social-democrata falou em "milagre das rosas" para pôr em causa a credibilidade das promessas do PS, acusou os socialistas de estarem numa "deriva eleitoralista", com a mesma receita do passado, e comparou-os ao Syriza ao falar em "versão portuguesa do conto de crianças" - expressão que Passos Coelho tinha utilizado para comentar o programa do Governo grego.

"Vejam bem, em meia dúzia de dias, o PS já prometeu baixar o IVA, baixar o IRS, baixar a Taxa Social Única, voltar às 35 horas, repor os feriados, subir o salário mínimo nacional, desfazer todas as reformas estruturais e, claro, lançar já as bases para o regresso de um novo programa de investimento público desenfreado. É isto que o PS tem dito ao país nos últimos dias".

Luís Montenegro voltou também a acusar o PS de "arrogância" pela sua intenção de travar a privatização da TAP.

Em seguida, Passos Coelho subscreveu estas críticas e reiterou a convicção de que as propostas do PS são incompatíveis com as regras orçamentais da União Europeia.

"Se é possível, cumprindo as regras, acabar com os cortes, com as medidas extraordinárias, pôr a economia a crescer mais depressa, ter o Estado a encaixar mais receita, ter mais emprego gerado com essas medidas, porque é tão estupido o Governo que lá está, que quer perder as eleições e não faz isso tudo?".

Referindo-se ao plano macroeconómico do PS que contou com a colaboração de um grupo de economistas, Passos Coelho ironizou: "Não sendo uma Bíblia, foi apresentado por doze apóstolos e parece que faz milagres".

"Mas não há milagres na economia, nem nas finanças públicas. Os portugueses hoje sabem isso muitíssimo bem".

O primeiro-ministro condenou uma política económica baseada em investimento do Estado - "um Governo que decida investir o que não tem passa a fatura aos portugueses, como passou no passado" - e de estímulo da procura.

Quanto ao aumento do consumo registado, sustentou que "se os portugueses estão a consumir mais é porque podem, porque há mais emprego e mais rendimento que está a ser distribuído" e rejeitou que isso esteja associado a decisões do Tribunal Constitucional: "Tudo o que o Tribunal Constitucional entendeu do lado da despesa que não devia ser consentido nós fomos buscar pelos impostos exatamente a mesma coisa".