“Se não existir emprego e habitação, não se consegue fixar as pessoas”

25 de junho de 2017
PSD

 

Para o presidente do PSD, o Porto é um bom candidato para receber a Agência Europeia do Medicamento

 

O líder do PSD dedicou a manhã à cidade do Porto, onde participou no debate “Encontro com jovens – Desafios da juventude na cidade do Porto”.

Na sua intervenção inicial, o líder do PSD afirmou ser necessário criar condições para que os jovens e os cidadãos possam ter condições de ter emprego e habitação na área que prefiram, um problema realçado por Álvaro Almeida, candidato à Câmara Municipal do Porto. 

Precisamente sobre Álvaro Almeida, o presidente do PSD afirmou que este é “o melhor candidato, que pode ser um ótimo presidente”, e cujo reconhecimento aumentará durante a campanha. 

Tal como afirmou, atualmente, o Porto é um dos casos “que tem beneficiado da dinâmica do turismo”. Mas relembrou que “muita da procura turística é temporária, deve ser aproveitada, mas não se pode construir um futuro a pensar nisso, pelo que se devem reforçar outras dimensões económicas. Se não existir emprego e habitação, não se consegue fixar as pessoas”. 

Pedro Passos Coelho destacou ainda a importância de se levar a cabo uma verdadeira descentralização, que “não deve acontecer este ano mas talvez ainda nesta legislatura”, para que a as autarquias tenham um papel ainda mais relevante para resolver os problemas locais, muitas vezes relacionados não só com o emprego e o alojamento mas também com a demografia. “É necessário avaliar em que medida um município deve ter uma intervenção importante para responder aos problemas”, disse. 

 

 Agência Europeia do Medicamento: “Porto é um natural competidor por essa candidatura

O presidente do PSD afirmou que o Porto é uma boa cidade candidata a acolher a Agência Europeia do Medicamento (EMA), pois Lisboa já é sede de duas agências. Tal como afirma, é “importante evitar a macrocefalia”.

No entanto, era importante que, desde o início, “as candidaturas tivessem sido abertas de forma competitiva para que os municípios que respondessem ao critério fossem considerados. A candidatura não se devia concentrar estritamente em Lisboa. Há outras regiões que podiam ter competido de forma competente e aberta”.

 Tal como relembrou, durante o Governo liderado pelo PSD, foi criada uma instituição que ficou sediada no Porto, não simbolicamente, mas com serviços efetivos: a Instituição Financeira para o Desenvolvimento. “Foi criada de raiz e colocada no Porto porque não havia nenhuma razão para não ter a sede no Porto, que dispunha de pessoas formadas e com competências, reconhecidas internacionalmente. Mas foi também importante para atrair pessoas para a região”, disse. 

Para o PSD, é importante que a EMA se possa fixar em Portugal, apesar de saber que não é fácil, porque Portugal já tem duas agências europeias e que há países na União Europeia que não têm qualquer instância desta natureza. 

 

Qualificações: acesso à informação potencia melhores decisões

O presidente do PSD destacou ainda a importância das qualificações, e em que medida estas se relacionam com as oportunidades no mercado de trabalho.

Há um défice de qualificações que temos vindo a recuperar. Não está em causa a vantagem de poder obter um grau de qualificação superior. Mas é importante que as pessoas tenham em conta a dinâmica do mercado e da economia quando fazem as suas escolhas”, afirmou.

Atualmente, “temos pessoas licenciadas em áreas que não têm a maior procura e dinâmica do ponto de vista económico. As pessoas devem ser livres para escolher a sua formação, mas é importante, para quem faz a escolha, que se possa ter a melhor informação para tomar as suas decisões”.

Para tal, é necessária uma maior e mais ágil articulação entre as instituições e as empresas, pois “se esta informação estivesse mais acessível, muitos dos nossos jovens tomariam decisões diferentes. Se isso acontecesse, as nossas instituições sentiriam pressão para adequar a resposta à procura. É preciso alguma flexibilidade na matéria.”