Ricardo Gonçalves: Visitar, trabalhar e viver em Santarém

26 de maio de 2017
PSD

Quatro anos com Ricardo Gonçalves à frente da Câmara de Santarém permitiram à autarquia sanar as contas públicas. Hoje, o atual presidente do executivo camarário orgulha-se do equilíbrio alcançado na gestão dos dinheiros públicos e garante que essa é uma estratégia que permite libertar recursos a canalizar para a vida do município.

Com uma linha de atuação segura, Ricardo Gonçalves recandidata-se para mais um mandato, querendo prosseguir o trabalho feito – preparar Santarém para que continue a ser um concelho para as pessoas, para visitar, trabalhar e viver.

Para atrair visitantes, a equipa de Ricardo Gonçalves tem desenvolvido uma valorização do património cultural e gastronómico do concelho.

No domínio do trabalho, os resultados falam por si: Santarém já cria 520 postos de trabalho por ano. “Estamos abaixo da média nacional ao nível de desemprego”, explica o candidato, sublinhando a capacidade de atração de investimento, que é cada vez mais significativa no município.

Para viver, a requalificação dos espaços para os cidadãos é um eixo estratégico da visão de futuro que Ricardo Gonçalves tem para Santarém.

Como marca da sua candidatura, o autarca aponta “a afirmação de Santarém como uma das capitais de distrito que mais se tem desenvolvido e mais se desenvolverá nos próximos anos”.

 

Clique na imagem e conheça o candidato a Santarém

 

[P] Qual o retrato que faz hoje de Santarém?

[R] Santarém é uma cidade que sofreu grandes transformações. Tivemos uma preocupação, nos últimos anos, de requalificar todos os nossos espaços verdes. As Portas do Sol sofreram uma requalificação para ser mais vivido e usufruído, ao mesmo tempo que todos os jardins que envolvem o casco histórico da cidade foram transformados, para poderem ser fruídos de uma maneira como não eram há uns anos.

O nosso concelho tem-se desenvolvido muito nos últimos anos. Temos uma preocupação que assenta em três vertentes: visitar, trabalhar e viver.

Do ponto de vista do que é o viver, tivemos a preocupação com a qualidade de vida. A recuperação que fizemos nos nossos espaços verdes e urbanos vai ao encontro do que são hoje as novas cidades. Do ponto de vista do que são “smart cities”, temos tido o reconhecimento do trabalho feito. Cada vez mais nos temos destacado nesta área.

Há uma preocupação que temos que tem a ver com o trabalhar. O município de Santarém tem feito uma aposta clara na atração de investimento. Ainda na última reunião de Câmara levámos um regulamento de apoio ao investimento, para que empresas se instalem no nosso concelho e que, durante dez anos, possam estar isentas de pagar taxas ao município. Com isso, queremos tornar-nos mais atrativos do ponto de vista do empreendedorismo e da atração de investimento, mas também queremos uma outra coisa: fixar pessoas.

 


"Sabemos que Santarém é um dos concelhos que mais vai crescer nos próximos anos"


 

Nestas três vertentes, há uma que para nós é importante: o viver. Através da revisão do Plano Diretor Municipal, esperamos fixar mais pessoas. Em Santarém, todos os dias entram mais duas mil pessoas do que aquelas que saem para trabalhar. Temos de criar condições para que essas pessoas se fixem. Sabemos que Santarém é um dos concelhos que mais vai crescer nos próximos anos. Cresceu bastante na última década, mas vai crescer muito mais. Somos uma capital de distrito que tem uma situação privilegiada. Temos um nó ferroviário-rodoviário que nos localiza excecionalmente. Essa localização faz com que Santarém esteja a cerca de duas horas de todo o território nacional. Uma empresa que se instale em Santarém consegue, através das nossas vias de comunicação, em duas horas, preencher todo o território nacional e ainda ir a Espanha e, com isso, poder acrescentar muito valor àqueles que se instalem cá. Com uma outra vantagem, que é o facto de estarmos numa zona… Porque ao nível dos fundos comunitários, quem se instalar em Santarém, tem fundos comunitários em 85%. Isso é uma vantagem competitiva muito grande que tem que ser aproveitada. E, por isso, o nosso regulamento de apoio ao investimento vai mesmo nesse sentido: captar mais empresas, para essas empresas se fixarem, criarem mais postos de trabalho e a nossa economia se desenvolver.

Temos setores muitos fortes, como um “agrocluster” muito forte no nosso concelho. Do ponto de vista do turismo, temos conseguido nos últimos anos crescer. O nosso turismo tem crescido, ainda não nos valores que nós queremos. Tivemos um projeto que foi muito importante conjuntamente com a nossa diocese – a Rota das Catedrais ; recuperámos uma série de monumentos do nosso concelho. Fizemos a construção do Museu Diocesano, que foi reconhecido internacionalmente como um dos melhores museus feitos nos últimos anos a nível europeu. Com isso, esperamos atrair muito mais gente. Tudo isso tem que ser tratado para que Santarém continue a crescer.

Do ponto de vista da nossa proximidade a Lisboa, acho que é uma vantagem. Santarém pode competir com Lisboa em alguns aspetos e isso é algo que todos nós temos de trabalhar. Não estamos esmagados por Lisboa, porque isso é uma oportunidade, que não podemos desperdiçar. Temos vantagens competitivas que nos permitem ir ao encontro daquilo que os investidores mais necessitam. Portanto, continuaremos a crescer e são muitos os projetos que temos para o próximo mandato.

A questão do trabalhar tem a ver com a fixação de empresas e de trabalho. Segundo os últimos dados que temos, Santarém cria 520 postos de trabalho por ano, estamos abaixo da média nacional ao nível de desemprego (5%), menos de metade do nosso País. Através destas três vertentes, o viver, o trabalhar e o visitar, Santarém será claramente um concelho de futuro.

 

Quais as prioridades para os próximos quatro anos?

Tivemos quatro anos de consolidação orçamental. Foi um mandato em que o município passou de uma situação financeira muito complicada para uma situação financeira muito estável. Hoje podemos dizer que somos um modelo de gestão autárquica, porque o município de Santarém paga a 25 dias, tem as suas contas consolidadas. Hoje, o município de Santarém faz menos obra, mas a obra que fazemos, nós pagamos. Não estamos a comprometer a geração futura. Nós estamos a dizer às juntas de freguesia para investirem nas suas Juntas de Freguesia. Temos verbas adstritas para fazerem obra, para que haja equidade na distribuição do nosso orçamento. E isso tem sido feito para que o crescimento do concelho seja homogéneo.

Os nossos fornecedores querem concorrer aos concursos do município de Santarém, porque sabem que Santarém paga a tempo e horas.

Santarém hoje tem uma outra capacidade de investir. E era uma coisa que nós tínhamos mesmo que fazer. Tínhamos uma situação difícil. O que é que nós nos propusemos? Nós vamos consolidar a dívida do município de Santarém com dois propósitos: ponto um – termos dinheiro para aderir ao quadro comunitário; ponto dois – começar a baixar impostos municipais. Nós já fizemos isso. Conseguimos negociar um pacote de fundos comunitários na ordem dos 18 milhões de euros que nos permitem projetar futuro até 2022, que é quando durará este quadro comunitário, e termos a baixa de impostos municipais. Este ano já conseguimos baixar o IMI, algo que nós queríamos há vários anos. Os nossos munícipes, que contribuem com seus impostos, têm que perceber que não é só com as obras visíveis que os municípios estão a gerir bem. Também, através dos seus orçamentos familiares, têm quer perceber que é importante uma boa gestão autárquica, porque com isso pode ficar mais algum dinheiro para investir no concelho – nos restaurantes, no cinema, no teatro. Conseguimos 18 milhões de euros, cinco milhões são importantes para a consolidação das nossas barreiras, mas conseguimos, dentro do plano estratégico de desenvolvimento urbano, ter obras que são importantes.

Vamos lançar este ano a requalificação do nosso Mercado Municipal e da Escola Prática de Cavalaria, onde vamos ter um Museu de Abril e dos Valores Universais, um museu para o qual temos uma comissão muito alargada com todos os partidos. Santarém é uma terra de liberdade e isso tem que ficar marcado.

Nós queremos construir também em Santarém um Observatório da Gastronomia. Somos a capital da gastronomia. Há várias cidades que se podem intitular de terem projetos de gastronomia, mas a capital da gastronomia é Santarém. Com o Observatório da Gastronomia queremos de maneira clara marcar tudo o que seja novo. E esse Observatório da Gastronomia é um projeto que, dentro de dois anos, estará concluído. Vamos apresentá-lo ainda este ano, será construído dentro da nossa Escola Prática de Cavalaria e será um projeto marcante para afirmar definitivamente a marca gastronomia em Santarém. O Festival Nacional de Gastronomia, que já é uma marca de Santarém, é dos festivais mais premiados ao nível da gastronomia e que nos traz todos os anos muitos milhares de visitantes a Santarém.

Nos últimos anos construímos vários campos de futebol, recordo o último, na Escola Agrária; construímos também na zona ribeirinha, na Ribeira de Santarém. Queremos ir mais além, não só requalificar os que já existem, mas também fazer mais campos desportivos. Temos capacidade financeira, hoje, para que isso aconteça. Gostava de dizer, no que é o apoio a essas entidades, que temos regulamentos em que podemos apoiar esses nossos parceiros com verbas anuais que lhes permita desenvolver a sua atividade sem problema nenhum, coisa que há uns anos era impensável. Esses apoios hoje acontecem, são pagos a tempo e horas e hoje conseguimos perspetivar futuro para essas entidades.

No que concerne a centralidades, nós, nos últimos anos, ao nível do que é a reformulação dos tribunais, temos a Cidade Judiciária em Santarém. Quer dizer que, para além do tribunal que já foi construído há cerca de três anos, na nossa Escola Prática de Cavalaria, estamos em negociação com o Ministério da Justiça, para instalação de um terceiro Palácio de Justiça na Escola Prática de Cavalaria, que definitivamente vai transformar Santarém numa grande cidade judiciária e que permitirá que, todos os dias, venham centenas de pessoas a Santarém. Isso já acontece, mas será de uma forma mais cadente e permanente e que possa com que mais pessoas possam deslocar-se ao nosso centro histórico. O nosso centro histórico, que é uma das nossas apostas, já começámos com projetos dentro do nosso Plano Diretor Municipal e do nosso Plano de Desenvolvimento Urbano.

 


"A grande prioridade do nosso concelho de Santarém é claramente a captação de investimento"


 

Aquilo que são os espaços seus, nas suas praças, nos seus jardins, que serão concluídos até 2022, intervenção no Largo Padre Chiquito, intervenção aqui nas Alcáçovas, junto às Portas do Sol, intervenções em várias artérias do centro histórico, também queremos através do regulamento do apoio ao investimento que falámos, contribuir para que mais pessoas se possam instalar no nosso centro histórico. Nós hoje temos uma elevada procura de aquisição de imóveis no nosso centro histórico, e isso permitirá que, dentro de 5/6 anos, grande parte do nosso centro histórico esteja recuperado. O município de Santarém está atento irá incentivar que esses apoios sejam feitos.

Mas a grande prioridade do nosso concelho de Santarém é claramente a captação de investimento. Queremos ser diferenciadores ao nível do investimento. Temos várias entidades, por via da AICEP, por via do nosso núcleo empresarial, do NERSANT, procuram-nos para se instalarem em Santarém. No ano passado, fizemos a inauguração da nossa start-up, e já hoje está cheia de empresas que estão a pensar em constituir e em incubar novas empresas e a acrescentar valor ao nosso concelho. Essa start-up vai ser aumentada na nossa Escola Prática de Cavalaria. Vamos ter, com toda a certeza, dentro de alguns anos, algumas centenas de empresas que vão nascer em Santarém. Dos indicadores económicos que temos do INE, nós somos o concelho que mais empresas criou ao longo destes quatro anos na região. Somos o concelho que tem das taxas de desemprego mais baixas, que ronda os 5%. Estamos com aquilo que se designa de desemprego friccional. Pelos dados que temos, todos os anos são criados 520 postos de trabalho no nosso concelho. Temos o norte do concelho, as freguesias de Alcanede, Amiais, Tremês, Ameã que são, do ponto de vista do desenvolvimento económico, muito fortes. A ligação a essas empresas é para nós fundamental, não só através das vias de acesso, mas através dos regulamentos de incentivo.

Temos o projeto de desenvolvimento de uma start-up, conjuntamente com o NERSANT, a norte do concelho. Esperamos lançar a obra ainda este ano, em Alcanede, para que todo esse tecido empresarial do norte do concelho se possa desenvolver e com isso acrescentar valor. Temos uma região norte que beneficia a nossa produção concelhia, grande parte dos nossos impostos surgem desses empresários, desde a extração de pedra, dos curtumes, do frio, da transformação de carnes. São muitos milhões de euros. Grande parte dessa produção é para exportação, nos últimos anos temos exportado mais do que importamos. Com a instalação desse Centro de Inovação Empresarial para a constituição de start-ups, esperamos que seja novamente uma alavanca para o crescimento não só da zona norte como de todo o concelho.

A grande aposta no nosso executivo, no passado, no presente e no futuro, será a Educação. Construímos três centros escolares, sete refeitórios, 47 espaços de jogo e recreio nas diversas freguesias e escolas. Estamos a ampliar três escolas, a requalificação e ampliação da Escola do Vale de Santarém, a Escola da Portela das Padeiras. Se formos diferenciadores ao nível a educação, mais tarde haverá um retorno para o nosso concelho.

 

Como vai concretizar a coesão nos próximos quatro anos?

A captação de investimento é prioritária. Já somos o concelho da região – e quando falo de região é região alargada, dentro da região do Alentejo – somos dos concelhos que mais crescem no âmbito de 5 NUTS. Seremos das capitais de distrito daquelas que vai crescer na próxima década. Basta estudar os números. E vamos crescer, porque fizemos uma aposta clara no investimento privado que vai poder alavancar outros investimentos.

Nós achamos que podemos ser diferenciadores. Temos aqui um hospital distrital que tem cerca de 1600 funcionários. Todos os dias entram mais de 2000 pessoas enquanto visitas. Começa a surgir em Santarém um cluster da saúde. Temos o Hospital da CUF que já está como entidade privada funcionar em Santarém. Temos tido algumas divergências com a oposição, mas o Hospital da Luz quer também instalar-se em Santarém – um investimento de cerca de 40 milhões de euros – que permitirá fazer um cluster da saúde.

E também nos chamados cuidados primários, o município de Santarém conjuntamente com as juntas de freguesias, tem tido a preocupação com todas as extensões de saúde – fizemos recentemente a inauguração de duas Extensões a de Abrã e a de Alcanhões  – nós já dissemos aos senhores presidentes de Junta, que tem Extensões de Saúde, para nos dizerem quais as obras que são necessárias nessas Extensões de Saúde, porque queremos melhorar.

Com estas duas unidades hospitalares que já existem e com uma terceira que já se perspetiva, formaremos um cluster da saúde no nosso concelho, que permitirá fixar médicos, enfermeiros e outro pessoal.

Somos dos concelhos do País que tem mais património classificado. Esse património tem de ser visitado. Começamos a fazer parcerias com entidades que trazem turistas a Santarém. Numa primeira fase, começam a vir um dia por semana, mas até setembro é previsível que comecem a vir autocarros com turistas ao nosso concelho. Temos que potenciar os Caminhos de Fátima e os Caminhos de Santiago. Por dia, 15 a 20 pessoas passam por Santarém para fazer o Caminho de Santiago. A procura das unidades turísticas tem aumentado. Sentimos essa procura. Estamos a lançar várias campanhas de afirmação do nosso concelho. Temos ganho vários prémios com o Festival Nacional de Gastronomia. Todos os dias durante o verão temos animação, desde o solstício ao equinócio, com festas diárias e noturnas na nossa cidade. No ano passado, fomos premiados por essa atividade cultural.

 

Qual a marca da sua candidatura?

A marca da minha candidatura é a afirmação de Santarém como uma das capitais de distrito que mais se tem desenvolvido e mais se desenvolverá nos próximos anos. É uma afirmação clara que Santarém é uma capital de distrito que, do ponto de vista de empreendedorismo e da fixação de empresas, que terá que se contar. Nunca olhámos muito para o empreendedorismo e a fixação de empresas. Sempre olhámos para outras vertentes, e a vertente para a criação e fixação de empresas será fundamental para a nova afirmação.