“Que o Governo não se esqueça que informou o país que tinha uma maioria para governar"

16 de janeiro de 2017
PSD

O PSD quer corrigir o que está mal e melhorar a condição de quem está pior, é assim que entende a ação política

 

Foi durante um jantar no Porto que Pedro Passos Coelho afirmou que as decisões deste Governo são da sua responsabilidade e dos partidos que o sustentam, pelo que o PSD não é a muleta das medidas em que não conseguem encontrar consenso.

No passado, o PSD atualizou o salário mínimo nacional, que estava congelado desde o tempo do PS, e fê-lo de forma a que o aumento pudesse ser analisado de acordo com a produtividade. Este Governo deixou cair este acordo.

“Atiraram ao lixo o acordo que tínhamos com os parceiros sociais. As empresas não podem pagar o que não ganham. Se tiverem de pagar de forma desligada dos seus resultados, ou deixam de ser viáveis ou passam a ser menos competitivas. O Governo está a fazer uma chantagem e não uma negociação. É a isto que chamam acordo”, denunciou Pedro Passos Coelho.

Um Governo que diz que o que precisamos é de um modelo económico de um salário mais alto, está a incentivar um salário mais baixo. Como os partidos que os sustentam não concordam, o governo fica surpreendido porque o PSD não dá apoio, continuou. O Governo promove assim um escândalo nacional porque o PSD não substitui o PCP e o BE na geringonça e não dá apoio a uma medida com a qual não concorda.

Pedro Passos Coelho afirmou ainda que espera que “o Governo não se fie em resolver as divergências dentro da maioria que escolheu, imputando ao PSD as responsabilidades do que não consegue resolver”. O líder do PSD relembrou que em 2015, “o PS rejeitou dar qualquer apoio que fosse a quem ganhou o direito de governar e disseram que não precisavam de nós. Que não se esqueçam que informaram o país que tinham uma maioria para governar.”

 

Um Governo que queira crescimento não pode ser revanchista

Esta solução de Governo teve, em 2016, uma agenda profundamente revanchista. Afirmaram-se contra o governo anterior, e em certas matérias acusavam o Governo anterior de ser o da austeridade, mas nós nunca deixámos que as pessoas se esquecessem que tivemos de fazer o que fizemos porque herdamos a bancarrota do Partido Socialista”, afirmou o Presidente do PSD. Mas o caminho que o PSD conseguiu impulsionar e trilhar era de crescimento económico e geração de emprego, de desanuviamento económico e social. Se hoje existe folga para um fogo de vista, isso também se deve aos resultados que o PSD alcançou. Quando o PSD deixou o Governo, o país já estava numa situação de retoma económica.

Pedro Passos Coelho afirmou que “o Governo e a maioria reverteram uma série de medidas estruturais, e isso atrasa para futuro a recuperação que estávamos a fazer. Um Governo que queira crescimento e confiança para o futuro, não pode ser revanchista, tem de trabalhar em cima do que recebeu.”

O ano de 2016 terminará com um crescimento económico superior ao que o Governo previu. Mas mesmo assim foi um ano com pior desempenho económico do que o ano anterior. Foi pior do que em Espanha e na Irlanda, países que passaram pelas mesmas circunstâncias que Portugal. O nosso crescimento foi mais débil e estamos, para financiar esse crescimento, a pagar mais do que todos os outros.

Ainda na semana que passou, o Estado foi ao mercado financiar-se. E pagou 4,22% de juros. Isto significa, face à mesma emissão no ano anterior, quase 450 milhões de euros. Crescemos menos do que os outros e pagamos mais do que os outros pelo que nos emprestam. Estamos a aproveitar bem as oportunidades? Não. Os resultados diferentes devem-se às políticas que estão a ser seguidas no país. Estamos pior do que podíamos estar do que se o Governo tomasse outras decisões, afirmou o líder social-democrata.

 

Uma tradição reformista, sem medo de lutar por um futuro melhor

O ano de 2017 será intenso. A agenda autárquica vai dominar os trabalhos políticos e o PSD tem de estar preparado para apresentar as melhores equipas.

Nós levamos o nosso trabalho a sério e tentamos avaliar o trabalho que deixámos para trás. Há que continuar o bom trabalho e fazer novas escolhas com ambição. Estamos a trabalhar para chegar onde ainda não chegámos e estou confiante que chegaremos lá, avançou Pedro Passos Coelho. 

As eleições não se ganham só na campanha, há um trabalho de preparação que demora o seu tempo, é isso que faz um grande Partido.

Acredito que 2017 será o ano em que os portugueses conseguirão ver que os resultados que estamos a ter nos estão a por mais longe dos objetivos que podíamos atingir. Nós queremos corrigir o que está mal e melhorar a condição de quem está pior, é assim que entendemos a ação política. O PSD tem uma tradição reformista, que não tem medo de andar contra a corrente se for para um futuro melhor. Ele dá trabalho e sacrifício, mas nós não nos importamos de sacrificar um pouco o dia a dia para o futuro ser melhor. Governar é preparar para o futuro e olhar para ele com confiança, disse o Presidente do PSD.