PSP: Governo apregoa fim da austeridade, mas restrições mantêm-se

19 de abril de 2017
PSD

Chefes da Polícia de Segurança Pública (PSP) denunciaram esta quarta-feira, em vigília junto à Direção Nacional, dificuldades com que se deparam no dia a dia. Carlos Abreu Amorim, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD, alerta para uma “falta de investimento gritante” e para a gestão “sem rasgo” da ministra da Administração Interna.

 

[P] O PSD tem defendido a necessidade de reformar e modernizar os serviços e estruturas de segurança. Que retrato faz do estado atual da segurança no País?

[R] Portugal é um País seguro, mas este Governo não tem feito nada para manter e robustecer essa situação. A falta de investimento é gritante, tal como o desinteresse pela resolução dos problemas antigos e dos que emergiram recentemente. O Governo apregoa que a situação financeira atual é boa e que a austeridade acabou – ninguém como os homens e mulheres das forças de segurança sabem como isso é uma falsidade – todas as restrições que foram impostas quando Portugal resvalou na pré-bancarrota, designadamente ao nível da progressão nas carreira e nos direitos dos agentes de segurança, continuam de pé.

 

Em março, os social-democratas alertaram para a necessidade de não se olhar “para a segurança como se os crimes fossem os mesmos de há décadas”. O que deveria estar a ser feito?

Uma perspetivação das necessidades e desafios das forças de segurança no médio prazo – pelo menos! Nada disso está a ser feito. Esta ministra limita-se a gerir o dia a dia sem rasgo, destituída de sentido de Estado, com uma fragilidade política confrangedora.

 


“No debate, em Plenário, [sobre alteração da liberdade sindical] a ministra confessou várias fragilidades e insuficiências – note-se que, até agora, nenhum dos grupos parlamentares que apoiam o Governo apresentou qualquer proposta de alteração a essa Proposta de Lei”, diz Carlos Abreu Amorim.


 

Referiu-se, recentemente, a uma ministra da Administração Interna que “anuncia muito, mas faz pouco”. Assiste-se, também, na segurança a muitas promessas que não passam disso mesmo, promessas?

Claro que sim. São promessas curtas de uma ministra sem dimensão para uma pasta tão relevante na área da soberania.

 

Como vê o caminho percorrido no que se refere à alteração legislativa da liberdade sindical da PSP?

Essa é uma lei que exige uma maioria qualificada de dois terços. Contudo, ninguém falou com o PSD antes da sua apresentação. No debate, em Plenário, a ministra confessou várias fragilidades e insuficiências – note-se que, até agora, nenhum dos grupos parlamentares que apoiam o Governo apresentou qualquer proposta de alteração a essa Proposta de Lei. Não cabe ao PSD esse ónus.

Debatemos a Proposta, ouvimos todos os sindicatos e as opiniões são esmagadoramente contra a Proposta do Governo. Estamos à espera que os partidos que suportam esta solução governativa corrijam o muito que está mal. A bem da liberdade sindical da PSP.