Prioridade para obras públicas anunciada por António Costa é regresso ao socratismo

19 de agosto de 2017
PSD

Foi em reacção à entrevista dada pelo primeiro-ministro, ao Expresso, que Hugo Soares afirmou que o regresso da prioridade para investimentos em obras públicas preocupa o PSD e é um regresso ao “socratismo”.

 

A periodização das obras públicas como fator de competitividade do país é algo que deixa o PSD manifestamente preocupado. O país estava afinado contra a prioridade das obras públicas. Este é o regresso ao ‘socratismo’ e esta é a grande novidade e única da entrevista”, disse o Presidente da bancada social-democrata.

 

“Anunciar obras públicas como prioridade para o país é voltar aos tempos do engenheiro Sócrates e nós isso não queremos e creio que o país também não quer”, frisou.

 

Hugo Soares destacou outra frase de António Costa, na qual o primeiro-ministro diz que vive cada dia como um dia no que diz respeito à governação, considerando-a “manifestamente redutora, porque manifesta uma total visão de falta de estratégia para o país, uma ausência total de uma ideia do país e daquilo que é preciso fazer do ponto de vista estrutural".

 

Sobre o repto lançado para um possível acordo com o PSD para investimentos em obras públicas, o líder parlamentar do partido da oposição diz que é “conversa fiada”, ressalvando que António Costa “não concretiza para que quer os consensos”.

 

"Ainda no discurso de rentrée, no Pontal, Pedro Passos Coelho disse que o PSD está disponível para consensos em torno das grandes reformas que são necessárias, para no dia seguinte o primeiro-ministro dizer que quer fazer reformas, mas as dele e não as dos outros", assinalou acrescentado que “no Parlamento a geringonça chumba tudo o que o PSD propõe. Isto não é de quem quer chegar a consensos”.

 

“Não há uma ideia de país que perpasse desta entrevista. Há a necessidade de sobreviver ao dia a dia, e isso significa que o primeiro-ministro não tem visão estratégia para o país. O PSD nunca se negou a sentar com o PS”, acrescentou.

 

O Presidente do Grupo Parlamentar do PSD deixou também um desafio ao primeiro-ministro: “que se empenhasse em executar o atual quadro” de apoios comunitários. Hugo Soares reconhece a importância de preparar com tempo o próximo quadro comunitário e adverte que os fundos não estão a ser distribuídos:

 

Era importante que os milhões de euros que deviam estar a chegar às empresas da execução do atual quadro não estão a chegar por incompetência do Governo”, disse.

 

Hugo Soares também destacou que “era muito importante que o Governo executasse o que estava preparado pelo Governo liderado por Pedro Passos Coelho, e que continua por concretizar. O dinheiro não está a chegar e, infelizmente, qualquer empresário português confirma isso”.