Presidente do PSD salientou a importância das divergências em política para que se alcancem as “boas oportunidades” e, consecutivamente, um futuro melhor

30 de julho de 2017
PSD

Mais do que trabalhar para os eleitores, um executivo deve governar em prol da comunidade. O PSD governa “para todos

 

Pedro Passos Coelho reforçou, este domingo em Tondela, que metade da “legislatura que estamos viver” já passou. “Se, nos próximos dois anos, o Governo e a maioria tiverem a mesma perspetiva, iremos perder muitas oportunidades”, alertou, referindo que se podia ter “aproveitado melhor as circunstâncias externas”, assim como as reformas empreendidas pelo executivo anterior. Tal como salientou, “o tempo que vivemos hoje, não sendo como o que tivemos em 2010 ou 2011, é extremamente importante, porque é onde se joga o futuro”. Importa, assim, que o Governo mostre ambição e seja trabalhador.

Foram quase dois anos sem que tivesse sido empreendida alguma reforma. A descentralização é um exemplo claro disso mesmo. O processo não avançou e isso deve-se ao facto de o “Governo não ter produzido o trabalho necessário”. Por isso, o líder do PSD não esconde: “se os próximos dois anos forem assim, teremos perdido uma legislatura”.

 

Debate político: “espaço para divergir” permite criar oportunidades

O Presidente do PSD referiu-se ao “espaço para divergir” que existe, e deve existir, na política. “Em democracia, felizmente, podemos ter muito espaço de divergência”, servindo o mesmo para que se possa olhar “as oportunidades que temos para construir um futuro melhor, de acordo com a ambição que temos”. Destacou que recorrer à ambição para “concretizar as boas oportunidades” e dar origem a outras permite “deixar um legado maior”. Afirmou, assim, que era esse legado que gostaria de ver resultar da maioria que hoje governa, uma vez que permitiria ao País um futuro.

 

A nossa razão de ser são os outros, aqueles que queremos servir

Muitas vezes, quando olhamos para o debate político, ficamos com a sensação de que os políticos conversam uns com os outros e não com as pessoas”, afirmou o líder dos social-democratas, depois de ter destacado o quão importante é estar-se próximo da comunidade. Se juntas de freguesias e câmaras municipais conseguem estar próximas das pessoas, do ponto de vista nacional isso é mais difícil. Muitas vezes, só possível “chegar às pessoas através da comunicação social”.

Pedro Passos Coelho sublinhou que é importante “dar exemplo de abertura”, de modo a “atrair novas pessoas para as nossas causas”, e procurar inspirar com “as nossas práticas”. Segundo disse, “a nossa razão de ser são os outros, aqueles que queremos servir”. Cabe, portanto, aos políticos fazer com que o País “não se desligue do debate” político. “Temos de fazer um esforço maior para que esse debate seja mais rico e possa chegar às pessoas”, acrescentou. Denunciou, contudo, que “muitas vezes as coisas que procuramos fazer ou dizer aparecem muito limitadas no espaço comunicacional e, isso, nem sempre é uma forma boa de lhes chegar”.

 

Servir a comunidade é muito mais do que servir apenas os seus

De acordo com o Presidente dos social-democratas, “os partidos têm de se ir renovando, procurando o que lhes faz falta, senão ficam sozinhos”. Explicou que se desenvolve uma “luta persistente”, “também dentro do PSD, para que nos mandatos autárquicos o partido se saiba renovar”. Defendeu que servir a comunidade é muito mais do que servir apenas os seus. “Não estamos apenas a governar para aqueles que votaram em nós”, afirmou, reforçando que “um candidato ganha sempre com uma equipa”. O PSD é um partido que governa “para todos”, garantiu, e, por isso, procura estar atento ao que se passa nos concelhos e freguesias, bem como às necessidades das populações.

 

Grécia: devia “ser uma lição para nós

Pedro Passos Coelho referiu-se, uma vez mais neste domingo, à emissão de dívida grega. “Esse passo que a Grécia conseguiu fazer esta semana, fizemo-lo nós nos princípios de 2013, menos de dois anos depois de o País ter chegado a uma situação aflitiva”, recordou. Para o líder social-democrata, é possível olhar para as situações vividas por Portugal e pela Grécia e analisá-las de duas maneiras: “se os gregos tivessem tido a obstinação que nós tivemos, talvez não tivessem de esperar sete anos para, finalmente, começarem a ver a luz ao fundo do túnel”; “se nós tivéssemos seguido os conselhos que nos davam [insistência da oposição em adotar medidas diferentes], se calhar estaríamos como a Grécia está hoje”. Para o Presidente do PSD, o que aconteceu na Grécia devia “ser uma lição para nós”.

 

Tondela: “é preciso trabalhar, mostrar humildade e ambição em fazer o que ficou por fazer

Na apresentação da candidatura de José António Jesus à Câmara Municipal de Tondela, Pedro Passos Coelho destacou o “bom trabalho” que tem sido desenvolvido e que se deve a “pessoas competentes”. Alertou, contudo, que “não é por termos ganho repetidamente, que achamos que está garantido”. Segundo lembrou, “é preciso trabalhar, mostrar humildade e ambição em fazer o que ficou por fazer”. Quis, ainda, mostrar “o orgulho que o PSD tem neste mandato e a enorme confiança de que os próximos quatro anos serão para criar boas oportunidades”.