PPP: BE e PCP condicionam ministro da Saúde

19 de janeiro de 2017
PSD

Depois de o ministro da Saúde ter vindo dizer que “as coisas” na saúde estão a correr muito bem, dentro da normalidade, o PSD questionou Adalberto Campos Fernandes sobre os seus critérios de avaliação. 

O vice-presidente da bancada parlamentar do PSD Miguel Santos sublinhou alguns factos que contrariam o otimismo irrealista do ministro: tempos de espera de 18 horas, ambulâncias do INEM que não saem, derrapagem do tempo de atendimento das chamadas de emergência e turnos noturnos que não são realizados por falta de pessoal são alguns dos exemplos do caos nas urgências.

“A sua preocupação é que não haja visibilidade dos problemas que acontecem no setor. Que as câmaras de televisão não filmem doentes que estejam encostados em macas nos corredores”, acusa Miguel Santos. 

“O senhor leva um ano do seu ministério e todos resultados são terríveis”, remata o deputado social-democrata.

Na senda do desentendimento recente do governo com as bancadas que o suportam sobre o tema da redução da TSU, Miguel Santos alerta para mais um tema que é conveniente acautelar. É que, se o ministro das Saúde é a favor das PPP na saúde – o que é reforçado pelo concurso público para a continuação da gestão privada do Hospital de Cascais – o BE e o PCP, que estiveram um ano calados sobre os problemas da saúde, são manifestamente contra.

Miguel Santos reforça a dúvida: "uma vez que o governo não teve o cuidado de acautelar a questão das PPP nos famosos acordos de governação, como é que agora resolverá mais este problema de saúde no seio da geringonça?"

“Em Portugal, nos últimos 30 anos, a participação do setor privado no sistema de saúde, contribui para a melhoria da eficiência no financiamento, e na prestação de cuidados de saúde, pela competição e cooperação geradas, pela projeção mais racional dos recursos”. Tese de doutoramento de Adalberto Campos Fernandes, concluída dias antes de assumir a pasta de ministro da Saúde.