Pedrógão Grande: “Desviar as atenções para a floresta é uma atitude demagógica”

23 de junho de 2017
PSD

Pedrógão Grande: “Tentar desviar as atenções para a floresta é uma atitude demagógica”

“O Parlamento não vai de férias nem vai calar a boca sobre uma matéria desta dimensão e tragédia”, afirma Marco António Costa

 

Esta quinta-feira à noite, no Programa “Esquerda-Direita” da SIC Notícias, Marco António Costa destacou que a tragédia de Pedrógão Grande deve ser tratada com seriedade.

 

O que é que justifica hoje esta tragédia? Nós temos uma obrigação moral e ética de responder a isto e essa pergunta tem de ser feita às autoridades competentes”, declarou o Vice-presidente do PSD.

 

Sobre o estado da floresta nacional, Marco António Costa salientou que “a floresta foi sempre esta e nunca houve uma tragédia desta dimensão humana. Tentar desviar as atenções para a floresta, parece uma atitude demagógica de quem o está a tentar fazer”.

 

É preciso conhecer as verdadeiras razões que levaram a esta calamidade. E, por isso, “o PSD propôs uma comissão de peritos independentes que possam fazer um trabalho para apresentar ao País conclusões sérias sobre aquilo que se passou e que possam justificar os acontecimentos tão graves da tragédia que viveu o País”.

 

Relembrando os alertas que tinham sido dados pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera sobre as alterações climáticas previstas para o passado sábado, o Vice-presidente do PSD questionou:

 

Se havia os avisos relativamente à situação climatérica, a  pergunta é: foi feito o que deveria  ter sido feito no sentido do dispositivo estar preparado de acordo com esses avisos? Se foi, o que é que falhou? De quem é a responsabilidade? E, a partir daqui, construirmos para o futuro soluções para evitar que isto volte a acontecer.”

 

O PSD lutará pelo conhecimento da verdade. O Parlamento “não vai de férias  e nem vai calar a boca sobre uma matéria desta dimensão e tragédia”. “Nós não vamos fazer jogos florais, como hoje tentou sugerir o Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista”, avisou.

 

Nós vamos fazer aquilo é que devido: representamos o povo português e temos obrigação de colocar questões políticas, fazer um debate sereno, sério e rigoroso, mas não tirar nem antecipar conclusões que devem ser tiradas por quem tem competência para o fazer”, disse.

 

Sobre a reforma da floresta que, nunca foi verdadeiramente feita e que tem sido bastante abordada nos últimos dias, parece que se “tivesse sido aprovada há quinze dias, não teria havido esta tragédia. Não nos podemos deixar levar por este tipo de discussão porque não nos conduz para tirarmos conclusões assertivas”.  

 

Marco António Costa não deixou também de comentar sobre a forma como este Executivo tem tratado esta dimensão:

 

É constrangedor ver a forma como cada membro do Governo comenta esta tragédia, procurando justificar algo com alguma ligeireza. Era útil que o Governo pudesse dar uma imagem de maior coesão no tratamento desta matéria e que, sobretudo, não houvesse precipitações. O assunto é sério demais para ser tratado com ligeireza”, afirmou.

 

Aquilo que o PSD deseja é reunir um consenso em volta da constituição de uma comissão de peritos independentes que possam, aprofundadamente, saber o que se passou e rapidamente responder a todas as questões para que possamos tomar as medidas necessárias. E isto é o que devemos a todas as forças de segurança que estão no terreno e às populações e voluntários que estão a dar uma resposta extraordinária”, declarou.