Pedro Passos Coelho: “Hoje temos um Governo situacionista, sem visão de futuro”

29 de julho de 2017
PSD

O Presidente do PSD disse ainda que “o Governo não está à altura das expectativas que gerou

 

Governo não leva a cabo reformas importantes, como a descentralização

 

O Presidente do PSD afirmou hoje que o Governo não está à altura das expectativas que criou, nem está à altura do sentido de Estado que deve ter quando acontecem coisas menos positivas, pois devia ter a coragem de assumir os seus erros e não deitar as culpas para o executivo anterior.

O líder da oposição denunciou ainda a degradação que se verifica nos serviços públicos, como é o caso do Sistema Nacional de Saúde e dos transportes públicos, assim como o atraso no pagamento das pensões de sobrevivência, situação para a qual o PSD tem vindo a alertar desde o início do ano.

 O atual Governo tem demonstrado ainda que não tem ação e é situacionista.

  

Foi em Anadia que o Presidente do PSD afirmou que o que se observa hoje em Portugal é um “governo situacionista, que não muda nada a pensar no futuro, e quando o fazem é para reverter, para serem populistas, ou para fazer o jeito aos parceiros”.

Se Portugal hoje não cresce tanto como poderia, tal deve-se aos arranjos políticos entre os partidos que formam a maioria. “Perdemos mais de um ano devido à desconfiança que se criou com esta solução. O crescimento devia ter acelerado em 2016, podíamos ter aproveitado melhor a política do Banco Central Europeu, assim como os preços do petróleo”, disse.

Pedro Passos Coelho relembrou as reformas levadas a cabo durante o seu governo, e das quais ainda hoje o País beneficia. Referindo-se aos dados divulgados hoje sobre a taxa de desemprego, que desceu, o líder social-democrata afirmou que esta é uma tendência que se “iniciou em 2013. Nós conseguimos repor uma dinâmica de crescimento, conseguimos que existisse confiança externa, e que voltássemos a ser procurados por investidores e turistas. Fizemos muito desse trabalho, mas é importante não esquecer que não é um trabalho de que se possa viver para sempre. Como em tudo na vida, temos de estar atentos, não podemos estar parados”.

 “Podíamos estar muito melhor dentro de uns pares de anos se não estivéssemos a perder o tempo, se nos estivéssemos a modernizar. Estes dois anos de legislatura foram uma perda de tempo imensa”, acusou o líder da oposição. 

 

Descentralização: em dois anos, o Governo não fez nada

Perda de tempo foi também o que o Governo fez com a descentralização. Em dois anos, tempo em que se podia prosseguir o trabalho iniciado no governo de Pedro Passos Coelho, o Governo “não fez nada. Nem avaliou o trabalho que nós fizemos. Há dias o primeiro-ministro veio dizer que era um erro adiar o processo. Adiar algo que ele não conseguiu fazer”.

O Governo não leva a cabo reformas e os “partidos da geringonça ensaiam pequenos desentendimentos”, tal como aconteceu recentemente com o PCP, que veio dizer que há atrasos que não se percebem nas pensões de sobrevivência. “É verdade, mas nós já o dissemos no início do ano. As pessoas estão quase um ano à espera. Porque é que os serviços funcionam assim?”, questionou, de imediato afirmando que “seja nas pensões, seja no Serviço Nacional de Saúde, seja nos transportes públicos, os serviços públicos a responder de forma pior do que quando não havia dinheiro”.

 

Executivo é imobilista devido à solução de Governo

A verdade é que “o Governo não está à altura das expectativas que gerou e os parceiros olham para os próximos dois anos e andam a ver se arranjam motivos para discordância e arranjar um espaço de manobra”, denunciou.

Foram o BE e o PCP que apoiaram esta solução de Governo, “e querem vender-nos que vão continuar a apoiar mas a fazer sinal que não lhes pertence. O Governo é imobilista porque tem esta base de apoio”.  

Nas últimas semanas, o País percebeu que o Governo só existe para as coisas boas e que “só gosta de elogios, pois quando há uma crítica acham que é falta de sentido de Estado”.

Tal como o líder social-democrata afirmou, “quando acontece algo mais preocupante, é um passa culpas impressionante. Falta reação e ação, não apenas o sentido do que deve ser feito. Não aprendem com os erros, que se repetem, e quando há uma situação nova, as críticas são as mesmas. O Governo não reage, não sabe o que fazer, e no limite, confrontado, fala do Governo anterior. Como se tivéssemos a culpa do que corre mal hoje!

O Presidente do PSD reafirmou que Portugal pode continuar a contar com a ambição do PSD para “estar onde é preciso quando se trate de salvaguardar Portugal e o futuro dos portugueses. A oposição existe para criar esperança para futuro, e essa esperança tem o cimento que já provou ser capaz de fazer o que é necessário”.