Pedro Passos Coelho: "Governar é servir para todos e não uma parte"

1 de julho de 2017
PSD

O líder social-democrata defende que “boa sondagem é vontade de trabalhar, de estar ao serviço dos outros”.

Acusou o Governo de desnorte “quando alguma coisa corre mal”.

 

Pedro Passos Coelho reiterou, este sábado, que “quando apresentamos candidaturas devemos ter uma humildade muito grande”. Referiu, e por ocasião da apresentação da candidatura à Câmara Municipal de Alfândega da Fé, que “muitas vezes as pessoas acham que a preocupação não é servir as comunidades”, mas “conquistar o poder”, colocando-o “ao serviço de alguns e não da comunidade em geral”. No sentido de contrariar esta realidade, “é importante que grandes partidos se apresentem com humildade” e com a “convicção de que fizemos sempre por servir todos e não uma parte”.

O Presidente do PSD salientou, por diversas vezes, o quão relevante é governar para as pessoas “e fazê-lo com responsabilidade”. Defendeu, assim, a importância de se lhes “responder tão diretamente quanto possível”, pensando sempre “na comunidade, no País em geral”. A exigência deve ser para com o executivo municipal, mas também nacional. Contudo, “não vemos no executivo nacional a mesma responsabilidade que gostaríamos de exigir e que, no passado, nos exigiram a nós quando se trata de quem nos governa hoje”.

 

Este governo está cheio de omissões

Relembrou, também em Alfândega da Fé, um ministro da Defesa que assumiu a responsabilidade política pelo desaparecimento de material de guerra ocorrido em Tancos e que, ao não ter tomado uma ação, “desvalorizou a política”. “A responsabilidade tem de se traduzir em atos”, salientou, para logo denunciar: “este governo está cheio de omissões”. Explicou mesmo que “a nossa segurança coletiva depende da forma como formos responsáveis perante os nossos cidadãos quando à nossa guarda está material deste tipo”.

O líder social-democrata defendeu que, nas últimas semanas, se tem gerado um sentimento de insegurança, na sequência da ausência de “ação efetiva” ou do assumir de responsabilidade por parte do Governo. Teceu, portanto, duras críticas: “não vale a pena refugiarmo-nos nos bons resultados económicos. Isso é o que o Governo gosta de fazer, criar nas pessoas a ideia de que tudo vai correr bem”. Tal como explicou: “quando alguma coisa corre mal, não há Governo, é o desnorte, a desorientação”. Afirmou, por isso, ser necessário um executivo que saiba “responder com responsabilidade quando as coisas não correm bem”.

Mais do que “aproveitar a onda”, “é preciso responder às adversidades também”, reforçou. “Imagino o que teria acontecido ao País se, nos anos das dificuldades, tivessem os socialistas tido a condução do governo”, ironizou Pedro Passos Coelho. “Onde é que estaríamos?”, perguntou. “E o que é que estaria muita gente a dizer se, hoje, estivéssemos no governo e estas coisas estivessem a acontecer?”, continuou.

 

Pensões aumentam, mas não há dinheiro para a saúde

Voltou a imputar ao atual Executivo um “exercício de demagogia repetido”. “Sabemos que as carências são muitas, que ao contrário do que se diz o dinheiro não dá para tudo”, afirmou para, depois, recordar por exemplo a inexistência de especialistas suficientes nos hospitais, as listas de espera ou as cirurgias adiadas daí resultantes. “Podemos encher o discurso com palavras muito bonitas, mas o que vemos é que os problemas não se resolvem”, afirmou.

Mesmo que o Governo se esforce por criar ilusões, os problemas existem e, como tal, as pessoas sentem-nos. O ligeiro aumento das pensões, recentemente anunciado, foi feito “a pensar nos votos, evidentemente”, criticou o líder social-democrata, acrescentando que não houve, no entanto, “dinheiro para pagar aos especialistas que pudessem, nos hospitais, resolver os problemas”.

 

“Boa sondagem é vontade de trabalhar”

Mas como são os socialistas a governar, as dificuldades já não existem e está tudo bem”, ironizou, lembrando ainda as dívidas do Executivo aos bombeiros. “Se na demagogia se perde a noção da realidade, podem fazer muitos focus group lá pelo Partido Socialista e andarem muito satisfeitos com as sondagens, mas poderão vir a ter a mesma surpresa que muitos outros tiveram, em eleições, quando se ficaram a olhar para as sondagens”, avisou.

Para Pedro Passos Coelho, “boa sondagem é vontade de trabalhar, de estar ao serviço dos outros, de reunir as pessoas para as ouvir, humildemente pedir o seu apoio”, algo que também os candidatos autárquicos devem ter presente.