Pedro Passos Coelho: "É preciso dar uma nova ambição ao Poder Local"

19 de maio de 2017
PSD

 O Presidente do PSD afirmou que Portugal precisa de atingir um patamar superior de crescimento, que combata as desigualdades

 “Temos de ter escolhas para um caminho seguro e sustentável, para que não voltemos a entrar no Procedimento por Défices Excessivos”

 

Pedro Passos Coelho afirmou hoje que há uma nova geração de autarcas pronta para dar nova ambição ao Poder Local.

O Presidente do PSD reiterou que os autarcas estão prontos a retomar o caminho que já vinha a ser feito pelo executivo anterior. Um caminho em que os municípios “comunicam com os municípios vizinhos, que se mobilizam e criam condições para oferecer outro tipo de capacidade de atração de investimento”.

Tal como o líder social-democrata afirmou, durante a apresentação de candidatura do PSD de Torres Vedras, têm de ser criadas condições para que as pessoas se possam estabelecer nos centros históricos da cidade, para que possam constituir família, “para que as pessoas possam ter mais expectativa. Porque é preciso devolver às pessoas a expectativa de que há uma nova geração a fazer coisas diferentes, com outra ambição, em que o poder local não precisa de tratar da rua e do urbanismo, mas sim do social e do económico.

No entanto, tal como Pedro Passos Coelho defende, este novo ciclo de mais competências para o poder local deveria começar já em janeiro do próximo ano. O PSD levou várias vezes iniciativas de descentralização ao Parlamento, para que os autarcas eleitos no próximo dia 1 de outubro soubessem com o que contar. Quis “colocar no Parlamento uma agenda de descentralização que passasse do discurso à prática política e que nos permitisse iniciar um quadro autárquico com competências, atribuições e meios para suportar a nova ambição autárquica como eu penso estava ao alcance”. Mas da maioria nada se viu para efetivar esta realidade.

Portugal pode combater as desigualdades atingindo um novo patamar de crescimento

Hoje, em Portugal, “é preciso mais do que surfar a onda, ou seja, mais do que administrar o que se recebe. Devemos estar muito mobilizados e reconhecidos por ter sido possível que Portugal tivesse um caminho muito diferente de outras economias com outras escolhas. Fizemos o que era preciso e hoje também por isso estamos com condições não comparáveis ao tempo da bancarrota”, disse o líder da oposição.

Para Pedro Passos Coelho, “se queremos que as coisas não sejam de ocasião e circunstância, e se queremos ir para um patamar diferente, então temos de fazer mais alguma coisa. É preciso criar uma perspetiva que não seja meramente retórica, como se vê no Governo e na maioria. É preciso um patamar de crescimento superior, e não um crescimento modesto, e para isso temos de fazer algo diferente”, disse.  

Só com um patamar de crescimento ambicioso se quebrará o ciclo vicioso que se tem vivido em Portugal. É preciso criar mais oportunidades de acesso a qualificação, de diminuição de desigualdades, para que as pessoas possam ter escolhas, possam decidir o seu futuro. É preciso que se esbatam as diferenças, pois “queremos ambicionar ter um futuro diferente, e este é um problema que tem de ser resolvido. Temos de nos livrar do sai e entra de Procedimentos por Défices Excessivos, pois não se pode repetir este filme.”

Na próxima segunda, a Comissão Europeia pode dizer que Portugal vai sair do Procedimento por Défices Excessivos, “e isso é muito importante para nós. Não queremos sair para voltar a entrar, e só chamo a atenção porque isso já aconteceu, não é uma observação negativa. Só é possível sair e não voltar a entrar se tivermos um conjunto de escolhas em que conseguiremos ter um caminho seguro e sustentável e não apenas à custa do ciclo económico que se vive na Europa. Se queremos que as coisas se possam manter e melhorar, temos de fazer algo de diferente para nos catapultarmos para um novo patamar”.

O atual Governo não tem uma agenda reformista. O PSD quer “que tudo corra bem mas queremos que o crescimento de 2,8% atingido no primeiro trimestre deste ano possa para futuro, com ambição”.  

Tal como o Presidente do PSD afirma, “até hoje, não nos lembramos de uma reforma laboral deste Governo que tenha feito baixar o desemprego. Se queremos, como nós queremos, projetar um futuro com menos restrições do ponto de vista económico e financeiro temos de resolver os problemas que tardam em ser resolvidos.”